Almanaqueiras: ou não queiras.

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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

A terra intelectualizada e independente sempre deu esse prêmio ao homem de letras e homem público que a procurava

Cajazeiras o sonho de voar

José Antonio de Albuquerque

Zé Antonio e o neto Davi (Ícaro)

O grande estadista e imortal paraibano, José Américo de Almeida, num célebre discurso que fez no ano de 1964, assim falava de Cajazeiras:

“Passei por aqui, no tempo de Sousa, onde fui promotor e esta cidade acolhedora começava a me abrir os braços;

Passei por aqui com João Pessoa, em 1930, quando a Paraíba pegou fogo, acendendo a flama da grande revolução; 

Passei por aqui na seca de 32 e vi que a caridade pública não era suficiente para tantas bocas abertas para o grande abismo feito desses abismos de fome; desloquei as massas para obras e voltou a paz que estava ameaçada;

Passei por aqui em 1934, ao deixar o Ministério da Aviação, e aqui fui recebido com festas;

Passei por aqui na minha intensa campanha de 1950. Cearenses queriam votar em meu nome sem serem eleitores neste estado. Foi uma luta pesada, mas Cajazeiras nunca me faltou. Cajazeiras nunca me derrotou. A terra intelectualizada e independente sempre deu esse prêmio ao homem de letras e homem público que a procurava;

Passei por aqui no meu governo uma , duas, várias vezes, com as mãos vazias e o coração apertado, por ter pouco o que dar, num tempo em que não pingava chuva do céu, nem nada do erário. O que mais preocupou em cada jornada foi o problema da distância. Construí o campo de pouso e subvencionei uma linha aérea para vos aproximar do centro.

Passei por aqui na campanha malograda, a única perdida em minha vida. Ouvistes meu discurso como um canto de cisne. Não serviram vossos votos no computo final, mas a vitória que me destes, foi uma declaração de amor que ainda me estremece o coração.”

Gostaria de ter a magia da palavra para externar a minha alegria, a mesma vivida por muitos cajazeirenses, há mais de 60 anos atrás, quando o imortal paraibano José Américo de Almeida, incluiu a nossa amada cidade no espaço aéreo nacional, elevando-a às glórias do céus do Brasil.

A esperança é sempre maior que a realidade. Semana a semana nós contávamos os dias. E num trabalho de formiga, a carregar pedra por pedra, eis que a obra foi concluída, que para nós tem muito mais valor espiritual e sentimental do que material.

Muitos irão aparecer como pai desta obra. Não importa quantos sejam, mas hoje nós temos um agradecimento todo especial ao governador Ricardo Coutinho, a quem neste momento, nós poderíamos afirmar, que a sua trajetória em nossa cidade não tem sido diferente da que foi o grande estadista brasileiro José Américo de Almeida, que sempre atendeu-nos nos momentos de mais necessidades.

Cajazeiras lhe é profundamente grata e eu sinto que nestes últimos dias estava presente, em uma dimensão espiritual, o nosso eterno e imortal aviador, Antonio Tomaz dos Santos, o primeiro piloto a descer dos céus no campo de pouso, construído no coração de todos os cajazeirenses.

Agradecer também ao Senador Lira, que nos últimos dois anos esteve dando a sua decisiva contribuição e ação parlamentar no sentido da homologação do aeroporto de Cajazeiras e mais recentemente ao Senador Deca.

Durante a solenidade de inauguração do aeroporto eu estava:

“como a asa de um sorriso que se espalma,
Como as asas de um beijo e a asa do sonho,
Agitando-se, inquieta, dentro dàlma”.

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