Manuscrito foi apreendido pela Lava Jato com executivo da Odebrecht. Segundo jornal 'Folha de S.Paulo', anotação sugere cartel e propina
Almanaqueiras: ou não queiras.
sábado, 26 de março de 2016
Chico anda inspiradíssimo: "tão habituado com o adverso."
Chico Buarque pode lançar disco de inéditas em 2016
O tempo em que um cantor tinha que lançar ao menos um disco por ano para se provar criativo e manter nas mídias já se foi. Quem sobreviveu a esse momento da indústria conta muito da pressão das gravadoras e do sofrimento que isso causar. Muitos não aguentavam, já outros trabalhavam muito bem nestas condições, como Milton Nascimento, ou simplesmente trabalhavam quase que compulsivamente, como Chico Buarque.
A partir da década de 90 Chico diminuiu drasticamente o ritmo de trabalho, chegando a passar períodos sem compor. Seu último disco, Chico (2011), tem a última leva de inéditas do compositor carioca que se tem conhecimento. Felizmente, o cantor está de volta ao violão criando novas canções para o que pode ser um novo álbum de inéditas a ser lançado este ano ou, no máximo, em 2017.
A informação, ainda não confirmada oficialmente, vem do jornalista Mauro Ferreira em seu site pessoal, o Notas Musicais. O potencial novo disco acontece em uma época que Chico se posiciona em meio a uma guerra política polarizada. Grande parte do seu trabalho, principalmente entre os anos 60 e 70, carrega um grande cunho crítico a governos.
Chico hoje é um ilustre morador do Leblon, frequentemente visto por fãs e com um espólio dos mais ricos e importantes na história da música brasileira.
Por Marcos Xi, editor-chefe do RockinPress
voltamos com imagem. sei lá, talvez melhore a sua compreensão. só queremos deixar bem claro.
#Exclusivo "Esquema sempre existiu, sempre foi esse"
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"a gente vai contra a corrente até não poder resistir."
O dia em que o espetáculo Roda Viva, de Chico Buarque, foi reprimido em Porto Alegre
Lembrada em episódio que ilustrou polarização política no Brasil, peça teve passagem histórica pela Capital em 1968
Por: Marcelo Perrone - ZH
Fachada do Teatro Leopoldina, na Av. Independência, foi alvo de pichações contra a "imoralidade" e a "pornografia" mostradas na peça
O acirramento de ânimos lançado pela polarização política que tensiona o Brasil desdobrou-se em um episódio polêmico, sábado passado, em um teatro de Belo Horizonte. Ao ter seu espetáculo Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos interrompido por parte da plateia, indignada com um comentário crítico que fez à presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula, o ator e diretor mineiro Claudio Botelho comparou, aos gritos:
– Vocês são piores que os militares, vocês estão parando Roda Vida. Estão parando Chico Buarque.
Fachada do Teatro Leopoldina foi alvo de pichações contra a "imoralidade" e a "pornografia" mostradas na peça
O nome de Chico é comum aos dois espetáculos, mas as circunstâncias históricas de cada interrupção são muito distintas. Botelho exagerou e reconheceu isso em seu posterior pedido de desculpas. Não cabe fazer um paralelo entre um barraco público resolvido no grito entre seus antagonistas, sem nenhuma agressão física registrada, com o ato de violência que se passou no Brasil de 1968 sob a vista grossa do Estado instituído pelo golpe militar de 1964.
A altercação entre Botelho e o público refratário à sua piada combinou a falta de tato do diretor à intolerância dos apupadores. E justo no palco de um teatro, espaço ancestral de críticas e provocações. E se a gracinha tivesse sido com o juiz Sergio Moro? Os que reprovaram Botelho teriam achado graça? Os que riram ou silenciaram seriam os indignados? Discutir essa questão ficou em segundo plano em meio ao atropelo do bom senso e da civilidade.
Já os episódios que envolveram a encenação do espetáculo Roda Viva simbolizam mais do que um racha entre posições opostas no jogo político de uma democracia, mesmo sob regras que permitam baixarias de parte a parte e surdez e cegueira diante do contraditório. Escrita por Chico Buarque e com direção de José Celso Martinez Corrêa, Roda Viva estreou em 15 de janeiro de 1968 no Teatro Princesa Isabel, no Rio de Janeiro. Em cena, a história de um cantor diante das aflições decorrentes da busca pelo sucesso. Zé Celso, um dos expoentes do teatro de vanguarda no Brasil, fez de Roda Viva, embalada pela canção homônima de Chico, um manifesto de contestação. A performance combinava imagens sacras e cenas de sexo. A interação do elenco com o público provocava momentos de tensão, como na cena em que um fígado cru dilacerado no palco fazia respingar sangue na plateia, e a simulação de uma repressão a estudantes pela polícia embaralhava atores e espectadores.
Peça era criticada por mostrar "imoralidade" e a "pornografia"
No dia 18 de julho daquele ano, durante a temporada paulistana de Roda Viva, cerca de 20 integrantes do Comando de Caça aos Comunistas (CCC), grupo paramilitar ligado ao governo, invadiram o Teatro Galpão destruindo cenários e espancando os atores, entre eles Marília Pêra, que havia substituído Marieta Severo. Em Porto Alegre, a situação foi ainda mais violenta em 3 de outubro. Assim que foi encerrada a sessão no Teatro Leopoldina – as três noites previstas estavam com ingressos esgotados –, a atriz Elizabeth Gasper, que entrara no lugar Marília, e o músico Zelão foram sequestrados e levados até o Parque Saint-Hilaire, em Viamão. Elizabeth lembrou o trauma a ZH, em reportagem publicada em 2008:
– Na entrada do teatro houve um bafafá, distribuição de panfletos contra a peça. Depois da janta, uma parte do elenco foi para o hotel (o Rishon, na Rua Dr. Flores) e outros continuaram na churrascaria. Dali a pouco, chegaram pessoas machucadas, dizendo que haviam sido agredidas pelo pessoal do CCC. O pianista Romário foi o que apanhou mais. Teve os dentes quebrados. Alguém tinha parentes em Porto Alegre. Decidimos que não voltaríamos para o hotel. Eram umas 10 pessoas escondidas nessa casa. De repente, ouvimos ruídos de camionetas acelerando e parando.
Em meio à fuga dos companheiros, Elizabeth e Zelão foram capturados.
– Começamos a nos afastar da cidade. Paravam na estrada, abriam o porta-malas, tiravam soco-inglês, ficavam rindo e dizendo: "Aqui ainda é perto. Vão ouvir os gritos". Pelo corte de cabelo e pela postura, pareciam soldados, uns 15 homens.
Após uma sessão de humilhação e intimidação, os dois foram libertados, com ordem de deixar Porto Alegre até o próximo meio-dia. Nesse dia seguinte, a fachada do Teatro Leopoldina amanheceu pichada com "Fora comunistas", "Chega de pornografia", "Abaixo a imoralidade". Mas apareceu também um provocador "Abaixo a ditadura". A capa de Zero Hora de 5 de outubro anunciou em manchete: "E parou a Roda Viva". Parou mesmo. Porto Alegre assistiu à ultima sessão do espetáculo imediatamente censurado. Em 13 de dezembro daquele ano, viria o AI-5, o ato institucional que lançou o Brasil na fase mais sombria e violenta da repressão.
para provar que nem sempre apontamos para o nosso umbigo. o que detestamos é o deboche.
Por uma concertação
Não consigo entender como se pode discriminar, um do outro, brasileiros que se manifestam, só porque um foi convocado pelo seu sindicato e o outro vai à passeata com a babá
Cacá Diegues é cineasta
Estou fora do Brasil por algumas semanas, terminando a mixagem de som de meu filme “O grande circo místico”. A última vez em que estive em Paris por tanto tempo, foi quando vim lançar o filme dos cineastas moradores de favela, “5XFavela, agora por nós mesmos”, em 2010. Aliás, é sempre o cinema que me faz viajar tanto; se eu não fosse cineasta, não teria conhecido metade do mundo que acabei conhecendo.
Há seis anos, o Brasil era o país da hora por aqui, a estrela do Brics, a nação emergente de maior destaque. Todos os jornais diziam que Lula, segundo Barack Obama, era the man; e Dilma Roussef, recém-eleita como grande administradora pública, estava na capa das revistas importantes da Europa. Dá um aperto no coração quando comparamos com agora.
Nesse período de tempo, nenhum outro país, rico ou pobre, em qualquer parte do mundo, passou por uma tão grande queda como a nossa, constatável pela miséria do PIB, pela volta da inflação, pela perda de poder aquisitivo da população (sobretudo a de baixa renda), pelo desemprego dramático, pela corrupção e o caos que agora, em todos os jornais e na televisão, substituem, quando nos dão espaço, as boas notícias de 2010. Até no futebol ninguém mais respeita a gente!
Essa semana, depois da nomeação de Lula como ministro de Dilma e do caos que se sucedeu a ela, o principal jornal francês de esquerda, “Libération”, publicou uma simples nota sem destaque, na coluna “Notícias em três linhas”, em que diz: “Golpe duplo para Lula no Brasil. O ex-presidente se tornou chefe de gabinete (Casa Civil) do governo, ele espera dissipar a ameaça de destituição de Dilma Rousseff e evitar sua própria inculpação por corrupção”.
“Le Monde”, o tradicional jornal de centro-esquerda, publicou, na primeira página, uma foto das manifestações em frente ao Palácio do Planalto (dizendo erroneamente tratar-se da residência presidencial) e, na página três, um texto substancial sob o título: “Lula entra no governo, o Brasil pega fogo”. Nesse texto, se diz que o Brasil está vivendo “um coma político e econômico”, e que a posse de Lula na Casa Civil, se bem-sucedida, pode ser comparada à de Charles de Gaulle na França. Ou seja, o advento do semi-presidencialismo ou semiparlamentarismo que alguns políticos brasileiros tanto pregam.
Como nunca fui militante e prefiro pensar por minha própria cabeça, não consigo ver que lado ou partido tem mais razão que o outro. Antigamente, era mais fácil escolher um lado. Em todas as crises que vivi, do suicídio de Getúlio Vargas ao impeachment de Collor, passando pela de Jânio, da ditadura militar ou da moratória de Sarney, sabíamos muito bem qual era o lado certo.
Hoje, os dois (ou mais!) lados vivem num mundo de pensamento mágico, inventando coisas que justifiquem sua irracionalidade e sua insensatez, incapazes de reconhecer até que ponto o outro pode ter razão. É incrível como os argumentos são construídos em torno do “sempre foi assim” ou “se eles fazem, posso fazer também”. Não ocorre a ninguém que o crime não se justifica, só porque os outros já o praticaram antes de nós.
Não consigo entender como homens de esquerda criticam com raiva o combate à corrupção no país e em nossas vidas; como não consigo entender como liberais se deixam enrolar por defensores da ditadura e da explícita falta de liberdade. Não consigo entender como se pode ser favorável a essa justiça indiscriminada de escutas, esse oximoro político; como não consigo entender por que não podemos ser favoráveis à prisão de criminosos, sejam eles quem forem. Não consigo entender como se pode discriminar, um do outro, brasileiros que se manifestam, só porque um foi convocado pelo seu sindicato e o outro vai à passeata com a babá.
Lula será sempre um político importante, capaz de voltar a fazer pelo país o que já fez durante seus dois mandatos como presidente. Mas é claro que ele já deixou de ser o mito que foi, admirado e respeitado mesmo pelos que não se alinhavam com ele. Sua capacidade de agitação volta a se restringir a seus parceiros do PT e a alguns movimentos sociais, o que já são muitos brasileiros.
Assim como Lula não tem o direito de desqualificar os cidadãos que foram às ruas protestar contra a presidente, assim também é pouco democrático pedir o impeachment de quem foi eleita pelo voto popular majoritário, a provocar assim uma divisão radical entre brasileiros, capaz de nos levar à conflagração que nos fará retroceder dramaticamente nas conquistas dos últimos anos.
Por justiça e para evitar o pior, é de uma concertação que estamos precisando. Uma concertação que não elimine as diferentes agendas de todos os lados e partidos, mas que faça com que elas sobrevivam em disputa democrática. Uma concertação que começa com o direito de falar e a obrigação de ouvir.
sexta-feira, 25 de março de 2016
exclusivo! programamos o silêncio no dia de hoje, mas voltamos para lembrar...
Gerson CarneiroSeguir
Quero lembrar aos leitores da Veja que quem fugiu pra Itália foi o Diogo Mainardi.
quinta-feira, 24 de março de 2016
diante da lei.
Diante da Lei está um guarda. Vem um homem do campo e pede para entrar na Lei. Mas o guarda diz-lhe que, por enquanto, não pode autorizar-lhe a entrada. O homem considera e pergunta depois se poderá entrar mais tarde. – ”É possível” – diz o guarda. – ”Mas não agora!”. O guarda afasta-se então da porta da Lei, aberta como sempre, e o homem curva-se para olhar lá dentro.
Ao ver tal, o guarda ri-se e diz. – ”Se tanto te atrai, experimenta entrar, apesar da minha proibição. Contudo, repara, sou forte. E ainda assim sou o último dos guardas. De sala para sala estão guardas cada vez mais fortes, de tal modo que não posso sequer suportar o olhar do terceiro depois de mim”.
O homem do campo não esperava tantas dificuldades. A Lei havia de ser acessível a toda a gente e sempre, pensa ele. Mas, ao olhar o guarda envolvido no seu casaco forrado de peles, o nariz agudo, a barba à tártaro, longa, delgada e negra, prefere esperar até que lhe seja concedida licença para entrar. O guarda dá-lhe uma banqueta e manda-o sentar ao pé da porta, um pouco desviado. Ali fica, dias e anos. Faz diversas diligências para entrar e com as suas súplicas acaba por cansar o guarda. Este faz-lhe, de vez em quando, pequenos interrogatórios, perguntando-lhe pela pátria e por muitas outras coisas, mas são perguntas lançadas com indiferença, à semelhança dos grandes senhores, no fim, acaba sempre por dizer que não pode ainda deixá-lo entrar. O homem, que se provera bem para a viagem, emprega todos os meios custosos para subornar o guarda. Esse aceita tudo mas diz sempre: – ”Aceito apenas para que te convenças que nada omitiste”.
Durante anos seguidos, quase ininterruptamente, o homem observa o guarda. Esquece os outros e aquele afigura ser-lhe o único obstáculo à entrada na Lei. Nos primeiros anos diz mal da sua sorte, em alto e bom som e depois, ao envelhecer, limita-se a resmungar entre dentes. Torna-se infantil e como, ao fim de tanto examinar o guarda durante anos lhe conhece até as pulgas das peles que ele veste, pede também às pulgas que o ajudem a demover o guarda. Por fim, enfraquece-lhe a vista e acaba por não saber se está escuro em seu redor ou se os olhos o enganam. Mas ainda apercebe, no meio da escuridão, um clarão que eternamente cintila por sobre a porta da Lei. Agora a morte está próxima.
Antes de morrer, acumulam-se na sua cabeça as experiências de tantos anos, que vão todas culminar numa pergunta que ainda não fez ao guarda. Faz-lhe um pequeno sinal, pois não pode mover o seu corpo já arrefecido. O guarda da porta tem de se inclinar até muito baixo porque a diferença de alturas acentuou-se ainda mais em detrimento do homem do campo. – ”Que queres tu saber ainda?”, pergunta o guarda. – ”És insaciável”.
– ”Se todos aspiram a Lei”, disse o homem. – ”Como é que, durante todos esses anos, ninguém mais, senão eu, pediu para entrar?”. O guarda da porta, apercebendo-se de que o homem estava no fim, grita-lhe ao ouvido quase inerte: – ”Aqui ninguém mais, senão tu, podia entrar, porque só para ti era feita esta porta. Agora vou-me embora e fecho-a”.
Franz Kafka
temos falado:o ódio não tem hora pra acontecer, afeta a todos indistintamente. devagar com o andor, gente.
Dom Odilo é agredido em missa que marca início da celebração da Páscoa
Arcebispo de São Paulo celebrou missa na Catedral da Sé.
Dom Odilo ficou com o rosto machucado e caiu no chão.
Do G1 São Paulo
O arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, foi agredido ao final da missa que abriu as celebrações da Páscoa na manhã desta quinta-feira (24) na Catedral da Sé, em São Paulo.
Uma mulher que assitia à celebração e tentou subir no altar durante a missa conseguiu, ao final, agarrar o arcebispo pelas costas, levando a mão em direção ao rosto de Dom Odilo, que ficou arranhado. Ambos caíram no chão, e as pessoas que estavam em volta precisaram retirar os óculos de Dom Odilo da mão da agressora.
A missa começou às 9h com a celebração do crisma na Catedral da Sé, que estava lotada. O arcebispo abençoou os óleos que vão ser usados na igreja durante todo o ano. Durante a cerimônia, cerca de 400 padres da Arquidiocese de São Paulo renovaram seus votos sacerdotais.
A confusão começou após a celebração da comunhão, quando uma mulher tentou subir ao altar gritando o nome do arcebispo. Ela foi contida por seguranças. Ao final da celebração, Dom Odilo foi até a mulher e falou com ela por alguns instantes. Ao virar-se para cumprimentar os demais padres presentes, a mulher agrediu o arcebispo.
A assessoria de imprensa da arquidiocese afirmou que Dom Odilo celebrará missa normalmente nesta quinta à noite. Às 19h, Dom Odilo celebra a missa de lava-pés, tradicional celebração da Páscoa. Neste ano, o cardeal vai lavar os pés de 12 migrantes acolhidos pela Missão Paz. Ainda segundo a assessoria de imprensa, o motivo do ataque é desconhecido.
para tomar a medida correta não é necessário força, nem cabelos. Dalila com um simples golpe poria tudo a perder.
Nas direções certas
Por uma vez em dois anos, o acaso foi dúbio com a Lava Jato e seus condutores. Apesar do atraso desnecessário e, pior, injustificável, a operação chega às bordas da arena onde se desenrola a grande corrupção: os negócios da construção pesada com a administração pública. Mas chegou na mesma ocasião em que o ministro Teori Zavascki e o procurador-geral da República Rodrigo Janot emitem, –por coincidência ou não– dois documentos importantes: o primeiro faz duros reparos a exorbitâncias do juiz Sergio Moro; o outro um chamado enérgico aos seus procuradores para respeitar a Constituição e a democracia, sem pretensões messiânicas e exibicionismos vaidosos.
O ministro Zavascki recuperou a parte do sistema jurídico duplamente violentada por Gilmar Mendes, que não se deu por impedido em uma causa sobre a qual já fizera furiosa definição pessoal, além de ser causa de outro ministro. Não custa lembrar, a propósito, um motivo a mais para o impedimento burlado: a advogada impetrante de tal causa é professora em um curso de que Gilmar Mendes é coproprietário. Zavascki chamou de volta ao Supremo as investigações sobre Lula, para que haja decisão legítima do tribunal a respeito. Pelas decisões de Moro consideradas "descabidas" por Zavascki, com firmes argumentos, a presunção é de que Sergio Moro também estará impedido de continuar com o caso de Lula.
Pelo noticiário, pareceu que duas defesas de Lula e do governo, por advogados e pela Advocacia Geral da União, foram "derrotadas" pelos ministros Rosa Weber e Luiz Fux. A rigor, nem foram examinadas no mérito, por usarem meio de recurso não aceito pelo tribunal. As respectivas teses voltarão por outra forma, dada a coerência de partes suas com o pronunciamento de Teori Zavascki.
Do seu lado, a Lava Jato encontrou na Odebrecht uma pista promissora, na lista numerosa de recebedores de pagamentos que "suspeita" serem ilegais. Como sempre, porém, a Lava Jato continua interessada em políticos. E é duvidoso que pagamentos para contratos de obras estejam na sua competência, na verdade restrita, como seu nome sugere, à investigação de lavagem de dinheiro e remessas ilegais para o exterior, a partir de atividades do doleiro Alberto Youssef. Esse propósito foi relegado. Um indício da sua grandeza: se o governo espera recuperar ao menos R$ 21 bilhões com retorno de depósitos de brasileiros no exterior –só aí, 3,5 vezes o presumido desvio na Petrobras–, esse dinheiro saiu por meio de doleiros. E continua saindo.
Não é, e nem é provável, que a maior evasão de dinheiro ilícito das empreiteiras tenha se destinado a políticos. A construção pesada cumpre contratos de bilhões. Hidrelétricas, estradas, metrôs, pontes, portos, aeroportos, estádios, quanto vale pagar pela manipulação de licitações dessa dimensão? E, depois, pelos aumentos, no decorrer das obras, de custos de um lado e lucros do outro. Mas não se trata, como se pensa aqui, de especialidade brasileira. No mundo todo, a indústria de construção pesada, seduzida pelos altos valores, vale-se de expedientes incorretos. E os seus talvez nem sejam os valores mais altos a atraírem tais expedientes, que dominam também a indústria bélica mundial.
você tem razão, Martha. o pior de tudo é que ninguém assume o seu pecado. aponta o dedo saliente sem qualquer constrangimento.
Nós, o povo
Martha Medeiros- Zero Hora
Ninguém tem bola de cristal pra saber como terminará este inquietante 2016, mas acredito que o momento é perfeito para deixar de lado a disputa entre coxinhas e petralhas e pensarmos juntos no país que desejamos para o futuro. Nunca participei de nenhuma manifestação, pois não concordava com o espírito partidário das mesmas e não tinha vontade de caminhar lado a lado com alguns reaças notórios, mas, a partir de 16 de março, aderi ao constrangimento e à vergonha nacionais. Ficou confirmado tudo o que intuíamos: nossa classe política é um desastre. Todos os governos fizeram algo de bom durante suas gestões, mas a volúpia pelo poder e pelo dinheiro sempre estraga tudo. Admito que me incomodam os grampos telefônicos realizados recentemente, considero violência qualquer invasão de privacidade, mas a situação é de guerra e estão todos usando as armas que têm – de ambos os lados. Não é uma coisa bonita de se ver, mas é o que temos pra hoje.
Qual o nosso papel nisso tudo? É preciso ter consciência de que a corrupção não começa no governo: termina ali. Começa dentro de nossas casas, no trânsito, no nosso cotidiano civil. Somos um povo que passa trote em telefones de emergência, que falsifica carteiras de estudante, que faz gato para roubar energia elétrica e telefonia a cabo, que atravessa a rua fora da faixa de pedestre, que alerta os carros velozes na estrada para o radar que está logo em frente, que estaciona em vaga para deficientes e idosos, que forja atestados médicos para faltar ao trabalho, que molha a mão do policial para evitar multas, que pula catracas, que guarda lugar em auditórios para os amigos atrasados, que leva para casa cabides de hotéis, que joga lixo nas calçadas, que acha normal não cumprir o horário combinado, que falsifica a assinatura dos pais, que adultera o odômetro do carro antes de vendê-lo e mais um longo etcetera. Não estou falando dos outros, e sim de nós. Sem isenção. Os políticos não vêm de Marte, eles são frutos desta mesma sociedade. Nunca teremos representantes éticos se não formos uma sociedade ética.
Então, tudo bem ocupar as avenidas e protestar, mas sem hipocrisia: ou a gente muda, ou nada muda. Que essa catarse coletiva leve em consideração a nossa responsabilidade nisso tudo. Que aproveitemos para amadurecer e reconstruir essa nossa mentalidade viciada em jeitinhos. E que, finalmente, venham novos dias.
foco de resistência...
A coragem de Anna Muylaert dentro de O Globo: Jéssicas há muitas e seus pais são Lula e Dilma.
POR FERNANDO BRITO · Tijolaço
Ao receber ontem prêmio Faz Diferença, a cineasta Anna Muylaert acertou um direto no queixo da Globo, dentro da cova dos leões e sob aplausos do público.
Anna disse que quando jornalistas internacionais perguntavam se a Jessica – a filha da empregada doméstica que virou universitária no filme “Que horas ela volta?” – era real, ela respondia que era uma utopia.
Mas começou a promover o fime nas universidades brasileiras, Anna relatou ter conhecido muitas jovens que se lhe diziam: “eu sou a Jessica. Sou a primeira pessoa da minha família na universidade”.
E mandou, com a incrível força da verdade e da sinceridade:
– Eu dedico esse prêmio a todas as Jéssicas da vida real. E dedico ao pai e a mãe desses jovens, que são o ex-presidente Lula e a presidente Dilma.
Anna, Anna, pelo nó que me dá na garganta, neto de operário, eu e milhões te prometemos: a Jéssica não volta: ela veio para ficar.
temos exemplares semelhantes no Brasil, ou pelo menos pretensos exemplares.
Conheça a mente por trás dele Emoticon g
NOTICIAS.UOL.COM.BR
finalmente encontramos a vaca profana do Caetano: "dona das divinas tetas.'
LISTÃO DA ODEBRECHT É AINDA MAIOR
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Planilhas apreendidas com o então presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Júnior, no Rio, durante a fase Acarajé da Lava Jato, apontam pelo menos 316 políticos de 24 partidos que receberam repasses nas campanhas municipais de 2012 e para a eleição de 2014; destes, oito são integrantes da comissão que analisa o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff; investigadores suspeitam de que os fartos registros envolvam tanto doações legais, declaradas à Justiça, como entrega de dinheiro por via de caixa dois.
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