Almanaqueiras: ou não queiras.

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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

OITAVO REECONTRO : O DESFILE DO DIA DA CIDADE DE 22/8/10


Fonte: Arquivo Eduardo Pereira
Um desfile em Cajazeiras, 7 setembro ou 22 de agosto, década de 60?


CAJAZEIRAS. Não podia eu deixar de ir ao Desfile do Dia da Cidade, que era assim que a gente chamava quando era criança e participava pelas escolas que estudávamos. A programação oficial da prefeitura de Cajazeiras denominou de “Desfile cívico militar”, conforme folder muito bem feito distribuído.

O início era às 17:00h, de muito boa sensatez, quando não mais existe sol na rua Padre Rolim, local do desfile. Quando eu era criança, o desfile era pela manhã, com o sol rachando nossos cocos e o desconforto as vezes de algum calo por ocasião da estréia de um par de sapatos de bico quadrado, especialmente comprados para a festa de gala.

Primeiro foram os pelotões militares a se apresentarem, mais corpo de bombeiros e o tradicional Tiro de Guerra. Fiquei surpreso com o efetivo marcial de Cajazeiras. Um bom efetivo, mas mesmo assim não sei se suficiente para conter a onda de violência que se irradia por cidades do porte de Cajazeiras.

Depois desfilaram um grande número de escolas educacionais abordando temáticas históricas e do cotidiano urbano. Uma escola mostrou os personagens que marcaram, e que ainda marcam a imprensa cajazeirense. Cartazes com fotos de Mozart Assis e outros sem fotos, mas com nomes dos que fizeram a radiofonia cajazeirense, como Zeilton Trajano, Badin, José Adegildes Bastos, Gutenberg Cardoso, Josival Pereira e outros tantos nomes marcantes. Importantíssimo firmar o nome dos que informam à cidade o que ocorre nela.

Outras questões foram abordadas em cartazes com frases ou motivos e indumentárias: O bullying foi apresentado como advertência do mal que se expande principalmente nas escolas; a atenção dada aos deficientes físicos; a presença do ensino particular na educação cajazeirense; a expansão do ensino superior; a memória do cangaço – os alunos dançavam xaxado; o artesanato; o filme O Sonho de Inacim; grupo de capoeira; a banda Santa Cecília... Até banda de Uiraúna, prestando homenagem a Michael Jackson, tinha.

Já passava das 20:30h e ainda tinha muita coisa a ser apresentada. A demora do desfile se prolongava porque, primeiro as escolas paravam para fazer suas exibições diante do palanque de autoridades instalado em frente a biblioteca Castro Pinto, e, segundo, porque o desfile não era contínuo. Passava uma escola e demorava muito para passar a próxima. Não me contive e fui andando do início da Rua Padre Rolim até seu final, onde havia para se apresentar até a banda da escola de samba de João de Manezim.

Chamou-me atenção o desfile de carros de uma gráfica, com até máquina reprográfica. Funcionou mais como propaganda comercial. Será que ela financiou a confecção de prospectos e bandeirinhas de Cajazeiras distribuídas ao povo presente que lotava a avenida? A ser assim, nos próximos anos teremos a presença comercial, provavelmente, dos financiadores de campanhas eleitorais. Pelos alto falantes Chagas Amaro e José Anchieta, os apresentadores, anunciavam que este era um dos maiores desfiles que a cidade já teve.

Não podia deixar de registrar a presença dos vendedores de picolés, algodão doce, balinhas – bombons - bolas de plástico a R$ 2,00 para acalmar o frenesi dos pimpolhos impacientes com a demora do desfile tanto quanto os adultos. O povo invade a rua quase que se misturando com os desfilantes. Não tinha corda impeditiva que desse jeito.

Em todo caso valeu a pena presenciar esse espetáculo anual, ouvir os rufares de taróis, o som de trompetes, fazendo com que as passadas do marcha-soldado, mesmo não sincronizadas, eram passadas que prosseguiam preservando o passado.

Eduardo Pereira.
E-mail: dudaleu1@gmail.com

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