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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Canais institucionais serão preservados, mas tutores fritarão em óleo quente.

Futura PGR, Raquel Dodge fritará aqueles que a veem como “domesticada”

Posse na sede da PGR é 1º ato para reforçar independência
Raquel Dodge, a próxima procuradora-geral da RepúblicaAntonio Cruz/Agência Braisl - 27.jul.2015

DODGE VAI RODAR A BAIANA

A futura procuradora-geral da República, Raquel Dodge, dona de uma carreira seríssima dentro do Ministério Público, descobriu que sua biografia foi lançada às hienas na noite em que cometeu a impropriedade de ir ao Palácio Jaburu depois das 22h para um encontro fortuito e fora da agenda com Michel Temer. Na tarde do último domingo, 13 de agosto, requalificou em nota oficial a conversa que não precisava ter tido com um político acusado de corrupção e que se tornará investigado por obstrução de justiça. Agora, prepara-se para almoçar à luz imperiosa das tardes de Brasília quem tentou transformá-la em aperitivo esperto nos convescotes soturnos das noites da capital.
Dodge não é o tipo que se deixa pautar pela mídia. Críticas superficiais não serão capazes de fazê-la tergiversar de determinadas linhas de conduta, mas tampouco a agrada parecer peão no tabuleiro de xadrez servindo aos estratagemas do rei. O uso que quiseram fazer da biografia da futura procuradora-geral revelar-se-á um erro a quem acreditou jogar com as pedras pretas dando o 1º lance na partida. Dodge deve começar o jogo de retaliação destinado a reforçar sua independência anunciando, em breve, o cancelamento da inexplicável posse no Palácio do Planalto para se adaptar à agenda do investigado Temer. Seus conselheiros mais diretos no MP creem ser uma impropriedade tanta aproximação em ambiente tão conflagrado.
Também incomodou Raquel Dodge a descoberta, feita por ela, de uma verdadeira legião de falsos tutores que dizem controlá-la e vendem uma espécie de pax brasiliensis a partir de sua posse. Na verdade, tais legionários integram uma matilha de velhas raposas da política e do Judiciário nacionais, contudo não têm penetração no núcleo de poder que se está formando em torno do novo comando da Procuradoria Geral da República. Criam o ambiente de calmaria futura, entretanto, falta-lhes motivos reais para fazê-lo. Vendem expectativas pessoais como se tivessem informações para oferecer. Exposta ao sol, a receita vai azedar em breve período de tempo.
Ainda em tempo, Dodge vai dar um giro de 180º e fará perder o Norte a bússola de quem a vende como mais “afável” e mais “domesticada” do que o atual procurador-geral, Rodrigo Janot. Canais institucionais serão preservados, mas tutores fritarão em óleo quente.

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