Almanaqueiras: ou não queiras.

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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

estamos lascados.

  
Luis Felipe Miguel

Ontem, a CCJ da Câmara enterrou a possibilidade de eleições diretas para quando Temer cair. Isto é, a saída institucional para a crise depende de que Temer, num gesto de grandeza, ainda neste ano morra ou renuncie ao cargo que usurpou. E quando nossas esperanças dependem de algo que coloca "Temer" e "grandeza" na mesma frase, é porque estamos lascados.

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As instituições são parte do problema, atentas aos interesses dos poderosos, voltadas para suas brigas corporativas e para as ambições fisiológicas de seus integrantes, escarnecendo de suas próprias normas, de costas para as necessidades da população. Os três poderes - e, junto com eles, o mítico "quarto poder", a imprensa - são hoje os escombros do ordenamento que, um dia, a Constituição projetou.

Fica cada vez mais claro que qualquer saída depende de construir a resistência popular, de estabelecer espaços de desobediência ao poder ilegítimo, de ampliar os custos da dominação, de mostrar que o nosso lado (o lado da classe trabalhadora, das mulheres, da população negra, dos povos indígenas, de lésbicas, gays e travestis, da intelectualidade, da juventude, enfim, de toda a amplíssima maioria que vem sendo agredida pelo golpe) não pode ser ignorado. As instituições vão responder se tivermos força para nos fazer ouvir.

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