Almanaqueiras: ou não queiras.

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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Poeta do Absurdo. Nasceu no sitio Tauá, em Teixeira.


 Zé Limeira - O Poeta do absurdo!



Zé Limeira (Teixeira, 1886 — 1954) foi o cordelista/repentista mais mitológico do Brasil. Era conhecido como Poeta do Absurdo. Nasceu no sitio Tauá, em Teixeira, cidade da Paraíba que foi o principal reduto de repentistas no século XIX.

Os temas que abordava em suas poesias e repentes eram variados e chegavam, muitas vezes, ao delírio. Pornografia era um tema recorrente, mas Zé Limeira ficou conhecido como "Poeta do Absurdo" por suas distorções históricas, poesias recheadas de surrealismo e nonsense, e pelos neologismos esdrúxulos que criava.

Vestia-se de forma berrante, com enormes óculos escuros e anéis em todos os dedos, e saía pelos caminhos de sua vida, cantando e versando.

Fonte: Wikipédia

Os vultos históricos perambulavam pelo sertão imaginário de Limeira, despidos de qualquer honraria ou reverencia.

Napoleão era um

Bom capitão de navio

Sofria de tosse braba

No tempo que era sadio,

Foi poeta e demagogo

Numa coivara de fogo

Morreu tremendo de frio.


Pedro Álvares Cabral

inventor do telefone

começou tocar trombone

na Volta de Zé Leal

Mas como tocava mal

arranjou dois instrumento

daí chegou um sargento

querendo enrabar os três

Quem tem razão é o freguês

diz o Novo Testamento”


Frei Henrique de Coimbra

Sacerdote sem preguiça

Rezou a primeira missa

Perto de uma cacimba

Um índio passou-lhe a pimba

Ele não quis aceitar

E hoje vive a chorar

Embaixo de um pé de jureme

O bom pescador não teme

As profundezas do mar


Getúlio Vargas morreu

Foi com saudade da esposa,

Lampião inda tá vivo

Morando perto de Sousa

Por detrás do sete-estrelo

tem um casal de raposa.


No tempo do Padre Eterno

Getúlio já governava

Plantava feijão e fava

Quando tinha bom inverno

Naquele tempo moderno

São João viajou pra cá,

Dom Pedro correu pra Iá,

Escanchado num tratô…

Canta, canta, cantadô


Que seu destino é cantá.

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