Por exemplo: hoje, viu-se na condição de ter de ser o 1º porta-voz do governo a explicar o perturbador documento da CIA que muda a História do Brasil ao pôr também em Geisel a mortalha dos carrascos e facínoras dos tempos da ditadura, manchar-lhe diretamente as mãos de sangue e pulverizarem a tentativa até então bem sucedida de dar ao general-ditador o refresco de ter sido o homem da transição para a abertura política.
Diz Jungmann, inapropriadamente, aos coices, como sói acontecer a quem não domina nem o vernáculo nem o conhecimento histórico mas posa de sabichão: "O prestígio das Forças Armadas eu acredito que permanece nos mesmos níveis em que elas se encontram até aqui por uma razão muito simples. As Forças Armadas brasileiras são um ativo democrático que o país hoje tem."
Texto completo no link.
Os militares foram ativo sim - mas ativo do aparato assassino da ditadura que se instalou em 1964 e só deixou o poder com a reação popular lenta em março de 1985. Foram 21 anos de arbítrios, barbáries, assassinatos, execuções, desaparecimentos e roubos e corrupção. Tudo com a complacência das 3 armas, das 3 fardas.
A fraseologia do general Santos Cruz, ministro da Defesa desse governo sem voto, é ainda pior - mas ele é general, tem a espinha curvada ante os chefes. Alguém manda, ele obedece. Jungmann, ex-militante do velho PCB, até por osmose pelo convívio com amigos que liam livros - e não só as orelhas das obras basilares da militância - tinha obrigação de ser mais crítico, mais analítico, menos lambe-botas.
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