Almanaqueiras: ou não queiras.

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quarta-feira, 20 de setembro de 2017

o combate à homofobia e ao sexismo não pode ser, para a esquerda, uma pauta secundária. É central por sua importância intrínseca - estão em jogo a integridade física e a autonomia moral de milhões de pessoas.

   
Luis Felipe Miguel

Pessoa que não conheço (e agora já devidamente bloqueada) manda vídeo inbox. O título: "Proteja seus filhos".
Achei interessante. Há muito coisa da qual eu gostaria de proteger meu filho. Gostaria de protegê-lo da exploração, da intolerância, do preconceito, do desamor, da ignorância, do obscurantismo, do egoísmo, da competição desenfreada, da destruição ambiental, da injustiça, da ausência de direitos, da arbitrariedade...

Mas o vídeo não é nada disso. É para proteger da "ditadura gay" - sim, usando essa expressão, a sério.

O pânico moral que os fundamentalistas alimentam não é um elemento secundário da conjuntura política ou uma sobrevivência arcaica. É um componente central da estratégia da direita. Permite mobilizar uma ampla base social e bloquear o debate politico. Por isso, o combate à homofobia e ao sexismo não pode ser, para a esquerda, uma pauta secundária. É central por sua importância intrínseca - estão em jogo a integridade física e a autonomia moral de milhões de pessoas. E é central também porque, sem esse combate, haverá sempre um largo rebanho disposto a endossar o discurso do reacionarismo mais extremado.

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