Almanaqueiras: ou não queiras.

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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

os brutos não poupam ninguém.

Jorge Bastos Moreno


Fui vítima hoje de violência contra obesos dentro de um prédio comercial em Botafogo, conhecido por abrigar dezenas de consultórios médicos. Quando o elevador, na descida, parou, já lotado, num dos andares, três senhores tentaram entrar na cabine, mas não conseguiram, um deles, o mais velho, ao meu ver, culpou-me pela lotação. Com as portas sendo fechada, ele começou a chutá-las e a me xingar.



Visivelmente transtornado, o senhor, aparentando uns 70 anos de idade, foi contido pelos outros dois amigos que o acompanharam.

Dentro do elevador, uma senhora, também obesa, mas que não foi vista pelo maluco, começou a desesperar-se.

Já livres da fúria desse senhor, os passageiros do elevador começaram a comentar o nível da violência urbana.

Ficou claro que se aquele senhor conseguisse entrar no elevador ele partiria para a agressão física contra mim.

Senti, pela primeira vez, o pânico de outras pessoas que são vítimas dos homofóbicos, racistas e misóginos. Claro que, como obeso e negro, sou vítima permanente de preconceitos, mas nunca cheguei a ser ameaçado fisicamente como hoje.

O sentimento, diante dessa situação, é muito complexo e nada cristão: não senti pena daquele senhor. Tive raiva. Raiva somatizada por todas essas violências praticadas contra cidadãos.

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