Almanaqueiras: ou não queiras.

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sábado, 28 de janeiro de 2017

Não seria surpresa se a CBF convidasse um deles, ou ambos, para disputar o Brasileirão.

Uniforme tipo Metralha 

Ruy Castro



A facção que está virando pelo avesso o sistema prisional brasileiro, o Primeiro Comando da Capital (PCC), começou há 23 anos, em 1993, como um... time de futebol, sabia? O time se chamava, justamente, Comando Capital, e seu estádio, CT e sede eram a Casa de Custódia de Taubaté, a 130 km de São Paulo. O nome surgiu do fato de seus integrantes, todos bons de bola, serem detentos oriundos de São Paulo, em oposição ao outro time, o Comando Caipira, formado por prisioneiros locais. Os dois disputavam o clássico da Custódia e também o poder na penitenciária.

Cansado de surrar o adversário em campo, o Capital resolveu apagar de vez a concorrência. A primeira providência era finalizar o líder do Caipira e usar sua cabeça como bola numa pelada, para que todos vissem quem mandava. O que foi feito e, daí, o PCC partiu para dominar as demais penitenciárias. Hoje comanda 70% do crime organizado, espalha-se pelo continente e só não se entende como ainda não colocou ações na Bolsa ou se tornou um partido político.

Quando se veem pela TV as imagens, cada vez mais comuns, de guerra entre os detentos nos pátios, é difícil entender o que está acontecendo. Os locutores têm ordens para não identificar as facções que correm pra lá e pra cá, degolando-se umas às outras. Uma solução seria o PCC voltar às suas origens futebolísticas e criar um uniforme —camisas, meias, calções— para seus membros.

Eu sugeriria uma camisa tipo Irmãos Metralha, só que amarela, com listras horizontais verdes, calções brancos e meias também listradas. O uso das cores nacionais mostraria a supremacia do PCC. O Comando Vermelho aderiria à novidade e se vestiria todo de vermelho, claro. Com isso, sempre saberíamos quem está matando quem.

Não seria surpresa se a CBF convidasse um deles, ou ambos, para disputar o Brasileirão.

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