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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

O crime no Brasil que foi punido com o golpe não foi contra a corrupção foi contra a entrada dos pobres no jogo democrático, como força politica, através dos programas sociais e entrada nas universidades.

 
  Ivana Bentes

A corrupção legalizada e estruturante não leva ninguém para as ruas! O moralismo anticorrupção é hipócrita. Não se fala de reforma politica para neutralizar ou diminuir a corrupção estruturante do sistema. A classe média brasileira abraçou o discurso da mídia da “corrupção dos outros”, a corrupção seletiva dos inimigos e se se emponderou de forma histérica com esse neo-moralismo seletivo. 

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A corrupção não é o desvio das regras das instituições, mas seu modo de funcionamento. O sistema representativo atual é corrupto (e os partidos atuam dentro dele e o atravessam).

Como retomar o debate da corrupção pelas esquerdas? De forma estruturante. Não será um golpe, ou um passe de mágica narrativa que vai livrar o sistema político e corporativo, o sistema midiático, as estruturas religiosas do ônus da privatização e predação do Estado. Será um processo.

Corrupção é juros altos e rentismo. Jessé Souza chama atenção para o rentismo e os juros altos como uma das maiores formas de concentração e expropriação de renda e riqueza consentidas, junto com a evasão de recursos para o exterior.

Operações de corrupção legalizadas que não produzem escândalo e nem manchetes na mídia.

Isso é como o sistema funciona, o sistema politico e econômico atual é corrupto na sua lógica de funcionamento. Por isso tem que ter reforma política e formação política constante.

O crime no Brasil que foi punido com o golpe não foi contra a corrupção foi contra a entrada dos pobres no jogo democrático, como força politica, através dos programas sociais e entrada nas universidades.

Isso as elites não vão perdoar tão cedo! O golpe jurídico midiático foi dado contra essa mobilidade subjetiva para recolocar em seu lugar as forças retrógradas e conservadoras. Os retrocessos hoje em curso não são o erro de um partido simplesmente e muito menos de um governo. São um processo de restauração de uma elite.

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