Almanaqueiras: ou não queiras.

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sábado, 5 de novembro de 2016

"Se nos batem, é sinal de que estamos certos".

  Wilson Gomes

Estava tudo numa boa em 2013, nada mais do que a esquerda fazendo as esquerdices de sempre, até que a PM de Alkimin resolveu descer a borduna. O que era a garotada brincando de Occupy e de Primavera Árabe virou aquele torvelinho de junho, com debutantes em passeata, meninas de guache e cartolina, tiozinhos do estamos-mudando-o-Brasil, os volta-governo-militar e quejandos. Pois em 2016, o cenário está todo preparado para que aconteça de novo. O gatilho pode ser um coronel qualquer da PM mandando descer a mão na molecada das ocupações. 



Se prestarem atenção, verão que o era para ser só mais uma esquerdice já está disputando a própria narrativa como uma épica de heroísmo, combate e resistência. Repressão é o ingrediente que falta para ocupações de escolas e faculdades se multiplicarem de um dia para outro com jovens e adolescentes em busca desabalada de um "batismo de fogo".

Estudante é como religioso. Tudo o que precisa para reafirmar a sua fé é opressão, violência, repressão. "Se nos batem, é sinal de que estamos certos". Assim se produzem mártires e heróis da resistência. Considerando-se a baixíssima sofisticação da nossa polícia e da atual hegemonia política, não irei me admirar se em uma ou duas semanas não acordarmos no meio de uma Primavera Estudantil, Rebelião Estudantil de 2016 ou, como preferem os líricos, Jornadas de Novembro.
Fico só assuntando.

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