Almanaqueiras: ou não queiras.

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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

morte: "é a partir desta vivência que poderemos em algum momento liberar um novo espaço para a continuidade da vida, para novas propostas de amor e de vida."


Viver a morte é difícil:  música pode ajudar a quem perdeu alguém e está em luto.


Huffpost Brasil



Falar de morte é difícil. Porque ela é sempre presente, mesmo quando não está por perto. A cada dia que vivemos (e envelhecemos), nos aproximamos dela e corremos o risco de perder quem nos é querido.
Ela vem como curso natural da vida, mas essa naturalidade não chega até nós, na maior parte das vezes, com leveza. As sociedades ocidentais costumam evitar discuti-la por não suportarem o sofrimento da perda, da impotência diante do inevitável, do despreparo na despedida.
Felizmente, temos o luto para nos ajudar a passar por essa naturalidade áspera. Perder pessoas amadas é inegavelmente dolorido. E a mesma sociedade ocidental que insiste em ignorar a morte muitas vezes se vê acelerando ou atropelando o luto, impondo prazos e datas-limite para o sofrimento da ausência do outro.
O luto é um processo de despedida tanto de quem morreu ou do que se perdeu, mas, principalmente, de despedida do amor com expectativas e planos que existia em cima daquela pessoa ou história, explica a psicanalista Raquel Baldo.
"O luto é necessário e serve para que possamos abrir e perceber o espaço que irá ficar vazio. Sim, isso dói, mas é a partir desta vivência que poderemos em algum momento liberar um novo espaço para a continuidade na vida, para novas propostas de amor e de vida.”
Ser difícil não significa ser insuportável ou impossível. Podemos quebrar os vários tabus que cercam a morte começando pela exaltação do luto. Que ele venha, arrume espaço nas nossas vidas, e fique o tempo que precisar. Que traga a tristeza, a revolta, o silêncio e o recomeço, sem censura.
Como o luto é doído, a gente convoca a música e sua sensibilidade para ajudarem nessa transição. A música pode significar distração da dor e de uma doença, além de ser uma ferramenta poderosa por carregar significados, segundo a psicóloga Cláudia Fernandes Laham e a musicoterapeuta Cristiane Amorosino no texto Musicoterapia e Cuidados Paliativos.

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