Andréa Pachá
Quando a lei Maria da Penha entrou em vigor, eu, otimista incorrigível, imaginei que os números indicavam a visibilidade do problema, outrora silencioso. Uma década depois, a violência avança e parece ganhar essa luta. Ontem, foi a vez de Edna. Aos 28 anos, assassinada pelo ex, dentro da própria casa, em São Paulo.
Um problema que precisamos enfrentar com mais complexidade e clareza, para não buscar apenas na repressão, soluções que tem se revelado inconsistentes e pouco efetivas, levando ao descrédito e desencorajando as denúncias.
Pouco adiantará aumentar as penas, criar novos tipos penais, se tais medidas não incluírem uma profunda alteração na cultura machista, misógina e consumerista , que transforma as mulheres em objetos descartáveis.
A vida não muda por decreto. Nesse caso, lamentavelmente.
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