Após denúncias contra a cúpula da sigla, PT defende ofensiva sobre Janot em CPI no Congresso
Todos contra um
As denúncias de Rodrigo Janot contra a cúpula do PT surtiram efeito no Congresso. Irritados com a atuação da PGR, deputados petistas agora endossam ofensiva antes protagonizada só por aliados de Michel Temer para fustigar o chefe do MPF. Após a sigla ser alvejada pelas acusações de obstrução de Justiça e organização criminosa, nomes do partido passaram a defender que o procurador-geral seja levado à CPI que investiga a JBS para explicar o acordo que fechou com Joesley Batista.
Te pego na saída
Enquanto Janot estiver à frente da PGR, os integrantes da CPI só podem convidá-lo a falar. Quando ele deixar o comando do órgão, a partir do dia 18, poderá ser convocado.
Efeito colateral
Os petistas afirmam que Janot apresentou as denúncias contra o partido para “desviar o foco” da crise que se instalou em seu gabinete após o autogrampo de delatores da J&F. “Ele adotou procedimento básico em qualquer manual de gerenciamento de crise”, diz Paulo Pimenta (PT-RS).
Ipsis litteris
O discurso do PT é idêntico ao que foi adotado pelo PMDB nesta sexta (8), após Janot também denunciar a cúpula da sigla no Senado por organização criminosa.
Estrela cadente
Um aliado de Temer foi a um famoso restaurante português, na quinta (7), em Brasília. Notou que Janot comia no mesmo lugar com a família. Ao relatar o caso, fez uma observação: foi a primeira vez que viu o chefe da PGR passar por um espaço público sem ser tietado.
Gato escaldado
Houve forte clima de desconfiança durante o depoimento dos delatores da J&F. Os executivos da empresa e seus advogados tiveram que deixar celulares e até relógios do lado de fora da sala.
Precedente
Janot avisou a aliados que liquidaria o assunto “Joesley” nesta semana. Políticos que apostaram em uma reação rápida lembraram, nesta sexta (8), que Rodrigo Rocha Loures foi preso em um sábado.
Tendão de Aquiles
Aliados e adversários de Temer admitem que, no cenário atual, só a descoberta de um vínculo direto entre o presidente e a dinheirama atribuída ao seu ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) reacenderia o desejo do Congresso de aceitar a segunda denúncia de Janot contra o presidente.
Ficha corrida
A delação de Lúcio Funaro, recheada de acusações contra o PMDB, seria insuficiente para afastar Temer. Motivos: 1) Funaro admite que não tinha proximidade com o presidente; 2) O governo tratará o doleiro como criminoso confesso, reincidente e violento.
Por ela
Nas tratativas com a PGR, Funaro pediu para incluir benefícios à sua irmã, Roberta, no rol das premiações de seu acordo de colaboração. Ela foi presa em maio após ser flagrada recebendo dinheiro de Ricardo Saud, da J&F, em nome do corretor.
Por ela 2
O doleiro não conseguiu garantir a imunidade para a irmã, mas fez “pré-tratativas” com a Procuradoria para conseguir benefícios no futuro. A prisão de Roberta, fruto da delação da J&F, foi o gatilho para que Funaro decidisse colaborar.
Melhor do que nada
O presidente Michel Temer comentou com aliados que ficou “muito satisfeito” com o fato de não ter havido protestos violentos contra ele no Sete de Setembro. Também não houve aplauso, registre-se.
Nem vem
A equipe do prefeito João Doria nega ter recebido qualquer levantamento a respeito de sua avaliação em São Paulo.
Nicho
O senador Álvaro Dias (Podemos-PR) sondou o conselheiro do CNJ Norberto Campelo sobre eventual candidatura ao governo do Piauí, em 2018. O partido dele, assim como a Rede, de Marina Silva, busca atrair nomes do Judiciário para a política.
TIROTEIO
O dinheiro cheio de impressões digitais faz parecer que o próprio Geddel Vieira Lima vivia contando as notas, babando os dedos.
DO DEPUTADO AFONSO FLORENCE (PT-BA), sobre os R$ 51 milhões encontrados num apartamento em Salvador e atribuídos ao ex-ministro peemedebista.
CONTRAPONTO
Tudo ao seu tempo
Na Comissão de Segurança Pública da Câmara, Paulo Teixeira (PT-SP) cobrou do Exército uma autocrítica por um capitão ter se infiltrado nas manifestações contra Michel Temer. Depois, decidiu amenizar o discurso.
Presidente, tenho uma questão de ordem – iniciou.
— Quero dizer do meu respeito, admiração e gratidão ao Exército, o que não me impede de ter discordâncias.
No comando da comissão, Orlando Silva (PC do B-SP) ressaltou ao colega que a sessão estava extrapolando o horário e interrompeu:
— Essa é uma questão de gratidão. Não é bem uma questão de ordem.
Vamos encerrar! – disse, aos risos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário