Carmen Sevilla
Começo a reparar que minhas orelhas estão cada dia maiores e o meu nariz vai obedecendo a lei da gravidade, incorrendo no divertido risco de quase cair dentro da taça de vinho ou da xícara de café. Orelhas grandes, mas audição menor. Envelhecer é dialético. Pequenos rios sem água vão aparecendo no rosto: sem água não há vida. Sério?
Pegadas de passarinhos são encontradas no canto dos olhos, mas nunca consigo flagrá-los em seu pouso. Já ouvi mulheres relatarem que têm pés de galinha, me nego a ter pés de galinha, quero os passarinhos. Os lábios ficam mais finos, o que é ótimo, afinal quem vai querer uma boca "desafinada"? As mãos evidenciam o tempo que já passou... Aos poucos o adjetivo sexy referido como elogio a minha pessoa vai sendo substituído por fofa, elegante, estilosa.... Envelhecer é o mais estranho dos loopings...
Nenhum comentário:
Postar um comentário