Eduardo Cunha e comparsas têm como propósito principal remover, desfigurar ou destroçar qualquer norma liberal vigente no país.
E o fazem com tal sanha e tamanha voracidade porque têm pressa e sentem que este é o seu momento. No ritmo em que vão, não me surpreenderia se até o fim do ano não houvesse um PL "reformulando" a Lei Afonso Arinos ou "atualizando" a 7.716 (que trata crime de racismo).
Prof. Wilson Gomes
Visto o apetite com que o seu furor legislativo agride os homossexuais, investe contra os direitos reprodutivos das mulheres, desfigura a noção constitucional de família, aleija o marco normativo sobre aborto e ataca a cultura da paz (desarmamento), não vejo razão para que não pretenda, em breve, "reconsiderar" os direitos civis dos negros. Se a alcateia de Cunha não for contida, temo até pela revogação da Lei do Ventre Livre ou por uma proposta de Emenda Constitucional para o retorno da escravidão.
E isso tudo com a anuência, o silêncio ou, o que é pior, a cumplicidade de partidos e de formadores de opinião que se creem liberais, uma vez que, para estes, o país tem uma e apenas uma prioridade neste momento: demitir Dilma Rousseff ou reduzir a pó a sua capacidade de governar.
Como se apenas de governos vivesse uma democracia liberal. Enquanto o governo leva um caldo, a Câmara faz a festa e uma festa do mal. E justo Cunha, o homem das contas na Suíça, das mentiras em plenário, das acusações de corrupção, prevaricação e abusos, virou o Grande Reformador dos códigos legais do Brasil. E, com desvelo e método, vai promovendo a Nova Idade Média brasileira. As Luzes mandam lembranças.
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