Almanaqueiras: ou não queiras.

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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

"Escute essa canção / Que é prá tocar no rádio / No rádio do seu coração / Você me sintoniza / E a gente então se liga / Nessa estação"

NAS ONDAS SONORAS

Eduardo Pereira - dudaleu1@gmail.com




Em minhas férias de agora de dezembro/2014 em Jampa, estava eu numa churrascaria com vários colegas cajazeirenses, e, entres eles estava o jornalista Lenilson Guedes. Indaguei-lhe quando ele iria a Brasília lançar um livro nas festas da AC2B, tendo em vista que seus dois irmãos, Nonato e Linaldo já o fizeram. Respondeu-me que não tinha livro escrito, mas tinha pretensão de escrever mais tarde um sobre a radiofonia cajazeirense.



A história da radiofonia de Cajazeiras é riquíssima. Dos Serviços de Alto Falantes da Praça Camilo de Holanda até a profusão de emissoras hoje existente na cidade, em AM e FM, praticamente nesses últimos cinquenta anos Cajazeiras viveu, e vive o registro de seu cotidiano sob as ondas hertzianas.


Encontrei-me com Chagas Amaro em Cajazeiras e ele me falou que daqui a dois anos completará meio século de serviços prestados nas emissoras de rádio de Cajazeiras. Aliás, a família Amaro é a cara da radiofonia cajazeirense.

Lendo o jornal Correio da Paraíba de 24 de dezembro último, vi a coluna Caleidoscópio Midiático, do cajazeirense Lúcio Vilar, com o título de “Rádio em alta”, em que ele fala de sua dissertação de mestrado defendida em 1995 na ECA-USP sobre a “chegada da televisão no sertão paraibano e seu trânsito com o rádio, de forte tradição na região polarizada por Cajazeiras”. Em pesquisa qualitativa aplicada apontava que “o rádio figurava como espécie de anteparo ao discurso massivo protagonizado pela TV”.  Naquela época constatou Lúcio que “entre cinco da manhã e 16hs as estações radiofônicas tinham a hegemonia da audiência”.

Este artigo de Lúcio é decorrente de recém pesquisa do IBOPE que indicava a TV como o meio preferido da população e que 50% confiam nas notícias que ouvem no rádio. Conclui Lúcio o artigo: “ou seja, o código radiofônico mantém sua credibilidade e interlocução social. Uma parceria inquebrantável com o público – já sinalizada em minha pesquisa de vinte anos atrás – explica sua longevidade, hoje plenamente consolidada, conforme os novos números”.

Mesmo não sendo um expert midiático, a cada vez que vou a Cajazeiras constato que as emissoras de rádios locais tem realmente essa consolidação e, com o advento da internet acredito que houve expansão na audiência, pelo menos para os cajazeirenses residentes Brasil a fora. Aqui mesmo em Brasília conheço conterrâneos ligadões em nossas estações, principalmente nas tradicionais Difusora e Alto Piranhas.  Ouvir o eterno programa dominical com apenas músicas de Roberto Carlos e saber quem será o entrevistado do domingo de Fernando Caldeira no Trem das Onze está a poucos cliques no computador.

Acredito que a dissertação de mestrado de Lúcio, publicado como “Janelas da Sedução Cotidiana”, se tivesse uma segunda edição o universo da internet seria abrangido como mais um ingrediente de reflexão nas ondas sonoras cajazeirenses.   

Nonato, Chagas, Eduardo, Gutemberg e Petson

Boa notícia: em entrevista que participei com Nonato Guedes na TV Diário do Sertão recentemente, falou ele que esse ano de 2015 irá retornar aos microfones de rádio. A radiofonia paraibana crescerá em qualidade.

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