Almanaqueiras: ou não queiras.

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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Pereira Filho continua nos brindando com sua 'Quase-Memória'. Confira!


CAJAZEIRAS - MEMÓRIA XVI

Jose Pereira de Souza Filho

BICICLETA DE MATUTO


Quando eu tinha mais ou menos nove anos de idade, lembro-me que em Cajazeiras tinha poucos carros e motos, mas muitas bicicletas, ao contrário de hoje. Tinha duas revendedoras de bicicletas Monark e Calói. Jota Epaminondas Braga, que funcionava ao lado da Prefeitura e a outra era o Armazéns Paraíba, na Rua Padre José Tomaz, ao lado da loja Casas Pernambucanas. Eu gostava de entrar no Armazéns Paraíba para olhar as bicicletas e ficava imaginado quando que eu iria comprar uma. Além das pessoas de Cajazeiras, que compravam bicicletas nessas duas lojas, tinha também os matutos (beradeiros), que moravam na zona rural (sítios e fazendas). Os matutos quando compravam bicicletas em Cajazeiras, se dirigiam à oficina de vendas de acessórios e conserto de bicicletas de seu Felismino, na Rua da Tamarina, próxima ao Clube 1º de Maio. Lá, eles mandavam equipar a bike. Colocavam a capa do celim, que tinha o escudo do time de futebol de sua preferência – Vasco, Flamengo, Fluminense e Botafogo -; as lameiras com pequenas lâmpadas de enfeite; na antena ou em baixo do guidon colocava a bandeira de time de futebol e o bagageiro tinha o forro confortável para o carona. Naquela época, tinha um dizer que as pessoas falavam: “tá mais enfeitado que bicicleta de matuto”. Isso se referia às coisas que tinham muitos enfeites.



RÁDIO TRANSGLOBO




Falando em Armazéns Paraíba, que vendia várias marcas de aparelhos de rádios, tanto elétrico como à pilha, lembro-me que eles ficavam nas prateleiras nessa loja. O rádio transglobo era o que mais chamava a atenção, por ser o mais bonito e caro,  fabricado pela Philco Ford, com nove faixas. Aliás, por ser o melhor entre todas as marcas, dificilmente ele dava problema e quase não se via nas prateleiras das radiotécnicas (oficinas de consertos de rádios) de Galdino Vilante, de Oziel Vasques e de Zé de Totô. Esse aparelho  era muito usado nas redações das emissoras de rádios brasileiras. Lá na Rádio Alto Piranhas (R.A.P.) tinha um gravador de rolo marca Phillips, que era conectado a um rádio tra nsglobo para gravar notícias. Todas às noites eu gravava o programa “Panorama Esportivo” da Rádio Globo do Rio de Janeiro e “Bandeirantes nos Esportes” da Rádio Bandeirantes de São Paulo. No dia seguinte, Chagas Amaro, que era o redator de esportes da R.A.P., redigia as matérias gravadas dessas duas emissoras para o programa “A Hora dos Esportes” da R.A.P., que tinha como apresentadores desse programa, meus irmãos Erisvaldo e Sales Pereira, e os comentários do próprio Chagas Amaro. Certo dia, Sales lendo a escalação do Vasco da Gama do Rio de Janeiro, que tinha o ponteiro direita Fumanchu, ele leu “Fumacú”, devido a um pequeno erro de redação. A seguir, Sales fez a correção e pediu desculpas ao ouvinte, alegando o referido erro.






Pereira Filho (Mininin) - é Cajazeirense,  filho de Dona Bia, radialista, radicado em Brasília.

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