No mundo radiofônico, quando se fala em radialista, o pensamento do ouvinte se direciona para o locutor de rádio. Além do rádio, o radialista também trabalha na televisão e no jornal. Na década de 60, em Cajazeiras, poucas pessoas ou ouvintes de rádio, sabiam quem era o radialista Cajazeirense Paulo Roberto da Silva. Já pelo apelido de Giquirí, toda a Cajazeiras o conhecia. E entre os familiares e amigos era apelidado de Fifí. Fifì nasceu em 9 de maio de 1951, era filho do músico Esmerindo Cabrinha e dona Lilia. Ele tinha como irmãos: Zé de Fidera, Luiz, Airton, Gilberto, Eladir, Eliete e Elenir. Giquirí era meu vizinho na Rua Pedro Américo.
Em Cajazeiras, no dia 19 de março de 1964, foi inaugurada em fase experimental a primeira emissora de rádio da cidade, a Difusora Rádio Cajazeiras (DRC), conhecida como “A Pioneira”. Antes dessa data nascia em 5 de agosto de 1938 a DRC, que tinha um sistema de linhas físicas de alto-falantes instalados nos postes de luz das avenidas, ruas e praças centrais de Cajazeiras. Esse serviço de som funcionava na Praça João Pessoa, em cima da firma Carvalho Dutra, que ficava ao lado da sinuca de Zé Elizeu. Ao ser inaugurada a nova emissora de rádio DRC, a mesma começou a funcionar na Rua Epifânio Sobreira, nº 14, 1º andar. Nesse endereço, na parte de baixo, funcionava uma loja de produtos do lar, de propriedade de Agamenon Holanda.
Para o bom funcionamento da nova rádio Cajazeirense vários profissionais foram contratados e Giquirí foi um dos primeiros a compor o quadro de funcionários. Ele começou a trabalhar como controlista – hoje operador de áudio - e fazia a abertura da programação antes do dia amanhecer. Giquirí foi um dos melhores controlistas que Cajazeiras já teve. Tempos depois ele cogitou em arrendar a NPR (Norte Publicidade Radiofônicas), serviço de alto-falantes da Praça Camilo de Holanda, de propriedade de Zé Adelgides Bastos. Para isso, ele conseguiu parte de um empréstimo financeiro junto a sua irmã Eladir, mas devido a algum problema, a transação não foi concretizada. Giquirí também participou da montagem da Rádio Vale do Salgado, no Ceará, de propriedade da família Arruda (Cairo, Arruda Sobrinho e Arrudinha).
Quando ele trabalhava na DRC tinha um outro emprego. Ele trabalhou como vendedor de doces e mariolas, de uma fábrica que funcionava na Rua Engenheiro Carlos Pires de Sá. Eu o ajudei fazendo entrega desses produtos em uma bicicleta dele.
Giquirí se casou com uma morena muito bonita, por nome Conceição, que estudava no Colégio Estadual de Cajazeiras e morava em frente a Escola de Artes Industriais, próxima ao Grupo Escolar Dom Moisés Coelho. Conceição era natural da cidade de Passa e Fica, no Rio Grande do Norte.
No início da década de 70 Giquirí foi morar em João Pessoa e lá foi trabalhar na Rádio Tabajara, e sendo uma rádio do governo estadual, ele era funcionário do estado. Trabalhou também na Rádio Arapuã de João Pessoa. Depois de muitos anos morando em João Pessoa, em 1989, Giquirí foi deixar sua esposa na Rodoviária de João Pessoa, onde ela iria para o Recife, de ônibus, e ao chegar na Rodoviária, o ônibus já tinha partido. Ele dirigindo seu carro para alcançar o referido ônibus, perdeu o controle de direção e capotou, ocasionando a morte de Conceição.
Após esse trágico acidente, ele ficou muito abalado por muito tempo com o acontecimento e certo tempo depois foi morar em São José do Campestre, próximo a cidade de Passa e Fica. Começou a ter problemas de saúde e, por fim, veio a falecer em 30 de setembro de 1996 e foi sepultado na cidade de Passa e Fica. Ele deixou quatro filhos. Giquirí era um torcedor fanático do Vasco da Gama e me tornei vascaíno devido sua influência. Ele gostava muito de discutir política, e tinha como compadre Edme Tavares, então Deputado Estadual. Ele era amigo também do ex-governador da Paraíba, Wilson Braga e também de vários políticos do estado.
PEREIRA FILHO
jfilho@ebc.com.br
Rádio Nacional
Brasília - DF
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