Almanaqueiras: ou não queiras.

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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O graúna




De José Cavalcanti, 1918-1994, escritor piranhense, e ex-prefeito de Patos-PB.

“Cícero Curió, que além de viver exclusivamente de vender passarinhos, imita todos com perfeição, tem o seu comércio instalado debaixo de um pé de fícus benjamim, em frente a uma das esquinas do Mercado Central (Patos). A variedade e a quantidade de pássaros são enormes. Centenas.
Uma turista, bem falante, acompanhada do esposo, ao ouvir o trinado de um graúna, que é o “chama” do negócio de Cícero, interessou-se em comprá-lo:
- Qual é o preço deste graúna, moço?
- Dez cruzeiros.
- Ah, eu vou levá-lo!
- Só que a senhora tem que levar também este pardal por cinco mil cruzeiros.
-Por que, então eu tenho que levar este pardal por cinco mil cruzeiros, se eu só me agradei do graúna?
- É que o pardal é o arranjador do graúna...”

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