A inauguração do Aeroporto de Cajazeiras pelo ex-governador Maranhão ao apagar das luzes de seu governo soou como mais um daqueles capítulos da famosa série de tv, O Bem Amado. Não porque o político Maranhão fosse um político bem amado, pois se assim fosse, teria sido reeleito, mas pela situação de político caricatural analisado ironicamente pelo saudoso Dias Gomes.
Maranhão, de qualquer forma, de qualquer jeito, queria deixar seu nome inscrito na placa decorativa da futura parede do terminal de passageiros do aeroporto de Cajazeiras como o político que construiu, que inaugurou, que presenteou o aeroporto ao povo de Cajazeiras, como ansiava o prefeito Odorico Paraguaçu em inaugurar o cemitério da cidade Sucupira.
Não é de hoje, sabemos muito bem, que os políticos insistem em querer ser o pai do povo, como se a construção de um bem público fosse obra de benesse particular ao povo, e não como um bem pago pelas custas do próprio povo. É redundante essa explicação, irritando os que tem o mínimo de bom senso para entender essas jogadas manjadas de políticos profissionais. Esquece Maranhão que Cajazeiras tem apenas em comum com Sucupira o nome das três virgens que o prefeito Odorico atiçava em galanteios: irmãs cajazeiras.
Acertadamente o diretor do jornal Gazeta do Alto Piranhas, José Antonio, afirmou em sua coluna no jornal, de 03.01.2011, o seguinte: “Continua a contagem:
O avião que transporta uma faixa contando os dias de promessa para construção do novo aeroporto de Cajazeiras só deixará de ser publicado no dia em que o Ministério da Aeronáutica homologar e autorizar o seu funcionamento. Enquanto isto vamos continuar contando os dias”.
Para mim, a inauguração verdadeira se dará quando houver a definição de linha aérea de empresa comercial com passageiros definida em horários fixos e vendas de passagens adquiridas em lojas ou pela internet. Aí, sim, diremos que Cajazeiras tem um aeroporto operando, em atividade, interligando a região do Alto Piranhas ao resto do Brasil. E aí, sim, digo mais uma vez, vamos rogar para que Cajazeiras jamais perca a condição de elo com o país via linha aérea quando foi no passado, aí pela década de sessenta, quando pousava a VARIG em solo cajazeirense.
Naquela década se usava ‘roupa de ver Deus’ para se viajar de avião, e hoje, graças, o acesso à passagens aéreas está acessível a qualquer assalariado mediano de veste simples. Isso é bom para manter em definitivo linha aérea constante em Cajazeiras, pois o que interessa aos empresários é o fluxo de passageiros. O resto, é corrermos para o abraço com nossos parentes em Cajazeiras, ou o inverso com a origem dos cajazeirenses.
Como o ser humano é um ser permanentemente insatisfeito com o que tem, vamos olhar para o futuro e esperarmos que o Brasil, os políticos e administradores, tenham a visão para a importância do transporte ferroviário, e aí vamos esperar para que a Estação de Trem de Cajazeiras seja também reinaugurada.
Só para situarmos: A estação de Cajazeiras foi inaugurada como estação terminal do ramal de Cajazeiras em 1926. Foi desativada com o ramal, em 1971. Os trens já teriam sido suprimidos em 1967. Está de pé até hoje. A estação foi tombada em 2001 pelo IPHAEP (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba), pelo decreto de Nº 22.082 de 2001.
Sonhar não é proibido.
Eduardo Pereira
E-mail: dudaleu1@gmail.com
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