Almanaqueiras: ou não queiras.

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terça-feira, 16 de novembro de 2010

A UNIÃO



A UNIÃO promoveu nesse fim de semana, na Praia de Tabatinga, em João Pessoa, encontro com seus pupilos para definirem em sua Primeira Convenção da União, sua Diretoria.
Quem é a União? Já há alguns dias Dita vem anunciando em seu blog Sete Candeeiros essa convenção. Dita postou uma foto com a União em seu primórdio, e mostrou a cara de todos seus componentes. Um time de futebol de jovens cajazeirenses, jovens cabeludos, com meia dúzia de fios de barba, que explodiam de energia em golaços e garrafas de pingas em todos os quadrantes festeiros da cidade.  Foram criados e enturmados pelas ruas, bares, festas e campos de futebol de Cajazeiras e região. A disposição tradicional de fotos de times de futebol antes de um jogo – parte do time em pé e a outra semi agachada - demonstra o espírito guerreiro, e, no caso do A União, pela face de seus atletas, o espírito festeiro, de gozo pela celebração de vida esportivamente.
No dia da Convenção Dita postou no Sete Candeeiros fotos dos convencionais, já senhores com cabelos fugindo da fronte, de óculos requisitados pela vista curta, alguns com cabelos brancos pintados pelo tempo, e outros pintados de preto pela beleza da vaidade. Apareciam as expressões faciais acentuadas pela experiência natural da vida. Mas, se colocarmos tudo isso num liquidificador e adicionarmos dois dedos de prosa, meia dúzia de colheres de labuta vida a fora, uma pitada a gosto de sacanagens de histórias e estórias, saborearemos o verdadeiro espírito cajazeirense, o espírito de confraternização sem fim quando se encontra.
Sabemos que o espírito de grupo da União está além de Laci, Galego, Dirceu, Baiaco, Sidney, Bosquim, Erivan do Índio, Carlos Doido, João Robson, Paulinho do Detran, Betim de Iôiô, e mais alguns ausentes por circunstâncias, como Fassis, Nenem de Eudes Cartaxo. Sabemos que a União, por sua própria denominação, deve ter outros chegados, outros uniãonenses, se assim podemos chamar.
O verdadeiro espírito da União, sem muito salamaleque, está estampado nos desenhos de sua camiseta. O futebol, que foi, acredito, o ponta-a-pé inicial, literalmente falando, da União; a garrafa de bebida, símbolo de bebemorações pós jogos, e de qualquer encontro festeiro, e os livros simbolizando a configuração espiritual da cultura cajazeirense, de cidade que ensinou a Paraíba a ler. Essa é a minha interpretação. Quem quiser que conte a sua.
Com a devida proporção, a União, para mim, lembra o Clube da Esquina, dos amigos de Milton Nascimento. Os amigos se reuniam e faziam farra com a música. A União se reunia e fazia farra com o futebol. A União, como o Clube da Esquina, como tantos outros Clubes e Uniões, nada mais é, um grupo de jovens interioranos farreadores que souberam aproveitar em todas as suas escalas a vida praticada em seus sabores. Não é à toa que a União tem como lema “a amizade fraterna não morre jamais!”.
A conclusão da Convenção da União é que, e isso é muito legal, ou, como diria Lavoizier: “bacana, bacana!”, é que se poderá surgir estudos apontando a criação de uma entidade filantrópica. Há responsabilidades e compromissos sérios vindo por aí. Data da próxima reunião? Existe data mais propícia para união do que o carnaval? A União está com cara de crescimento, pois congregará nessa reunião familiares de seus integrantes.      
Pelo desenrolar dessa Convenção a União será futuramente uma AC3, ou uma AC2B. Se já não é. É Cajazeiras sendo vista e vivida de fora para dentro com objetivos nítidos de não morrer o espírito da cidade de dentro pra fora.

Eduardo Pereira

Em tempo – AC2B promoverá exibição do filme cajazeirense, UM SONHO DE INACIM, em 11/12/10 em Brasília. Presenças de Eliézer, diretor do filme; Prof. Zé Antonio Albuquerque, diretor do Gazeta do Alto Piranhas, e do diretor paraibano  Vladimir Carvalho (O País de São Saruê, O Homem de Areia...)   Veja texto com mais detalhes publicado neste blog em 12/11/10. 

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