Estávamos numa roda de amigos cajazeirenses em um bar aqui em Brasília, papeando e cervejando, quando surge a indagação aí acima. Assim, na lata, de repente, tínhamos que responder de qual prédio, monumento, rua, evento, etc mais gostávamos de Cajazeiras. É um bom exercício para viajarmos pela cidade. À primeira vista pensei: “Para quem está em Cajazeiras, essa pergunta seria respondida ao sabor da convivência diária com a urbe, o seu trânsito em frenesi já despontando como o de uma cidade grande, a ebulição festeira dos Xamegões e Campestres da cidade, ou talvez a inigualável imponência arquitetônica da igreja Catedral, e por aí vai”. Do outro lado da ponta também julguei: “Para os que residem fora de Cajazeiras, e há muito não vai lá, ou se vai com freqüência vai mais como lua de mel, ou seja, vai para comer a cidade em nostalgia, poderá ter suas preferências mais pelo lado histórico, particularidades lacradas na lembrança desse monumento ou daquele evento inesquecível”. Mas logo que os conterrâneos começaram a responder, concluí na fugacidade de meus pensamentos de que tudo isso que eu estava pensando não correspondia à realidade. Por quê? Ora, bolas - comecei a refazer minhas elucubrações -, chego a conclusão de que gostar de algo - monumentos, eventos... - é realmente ter o toque da particularidade sentimental, da sensatez histórica atingida no seu âmago, do gostar disso por isso e por aquilo, porque sedimentou sua alma de prazer, de gozo, de luxúria, em algum momento de nossas vidas desfrutadas em alguma esquina, em alguma rua, em algum monumento do torrão natal.
Mas deixemos o discursinho barato de lado e vamos discorrer do que mais gostamos realmente de Cajazeiras. De cara, alguém falou que o Cristo Rei é o que mais lhe chama a atenção e o orgulho de ter aquele destaque cravado naquele cume natural. Quando se pensa em nosso Cristo Rei a impressão que me passa, e acredito que também em muitos cajazeirensea, é uma associação inevitável ao Cristo Rei carioca. Mesmo que seja sub-repticiamente, o que não vem a significar que o nosso orgulho pelo Cristo Rei seja uma macaqueação ao Cristo Rei do Rio de Janeiro. Na realidade, nem sei mesmo a história de nosso Cristo Rei. Confesso que sei mais sobre aquele símbolo da Cidade Maravilhosa, por ser um monumento universal, do que o nosso.
A Igreja Catedral foi indicada por alguém da mesa por ter uma postura de projeto arquitetônico exemplar. Não somente a concepção frontal dela é charmosa, mas também sua parte de cima, o seu telhado. Vista de cima, e tem foto que já mostrou isso, o formato da Catedral é de uma cruz. Taí, outra informação a ser descoberta, é saber quem é o autor do projeto arquitetônico da Catedral, quem foi esse arquiteto. Eu, confessadamente, e aí não é jogo de palavras, também julgo a Catedral o monumento mais imponente de Cajazeiras, ao lado da simbologia do Cristo Rei estar de braços abertos para todos que chegam a Cajazeiras, como toda cidade que venha a ter seu Cristo Rei também terá esse significado.
Outro colega manifestou seu apreço pela Praça João Pessoa, tendo em vista por tudo que ela representou, ou ainda representa, na história da cidade. Por lá já passaram históricas semanas universitárias com suas competições divertidas; carnavais frenéticos com escolas de samba e blocos carnavalescos galhofeiros; era lá que se encontrava o Cine Éden, bares da moda, passeios de jovens a namorar; onde se discutia futebol, política e asneiras nos bancos da praça; lá foi o palco de manifestações culturais e cívicas que marcaram época. Era a Praça João Pessoa o coração da cidade. Tem muita coisa a se falar dessa praça.
E aí começamos a enumerar a concorrência por “não, esse não se pode esquecer; não, é demais querer esse esquecer esse outro...”
Seria a Rodoviária Antonio Ferreira por ser um marco na construção de um edifício comercial com vários andares, com sua utilidade prática como eixo de interligação de Cajazeiras com a Paraíba e o Brasil, causando impressão para a época de sua construção?
Seriam os Clubes Primeiro de Maio, Tênis Clube e o Jovem Clube por suas festas marcantes e recepção de conjuntos e cantores famosos, e a iniciação lúdica de sociabilidade dos jovens da cidade?
Seria a FAFI – Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Cajazeiras – por ser o início do ensino superior que desaguou na expansão do atual ensino universitário contando já com dois cursos de medicina?
Seria o Estádio Higino Pires Ferreira, por onde já jogou craques famosos da cidade e até a grande estrela Garrincha?
Seria a Igreja da Matriz, o Perpetão, a Difusora Rádio Cajazeiras e a Rádio Alto Piranhas, o Colégio Estadual, a Estação de Trem, o Jornal O Rio do Peixe, etc, etc...
Ou a pergunta do título não é adequada para a questão aqui abordada, e deveria ser, simplesmente: O QUE MAIS LHE MARCOU NA CIDADE DE CAJAZEIRAS?
Então, caro leitor, pergunto-lhe: o que mais lhe marcou na cidade de Cajazeiras?
Eduardo Pereira
E-mail: dudaleu1@gmail.com
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Em tempo – AC2B promoverá exibição do filme cajazeirense, UM SONHO DE INACIM, em 11/12/10 em Brasília. Presenças de Eliézer, diretor do filme; Prof. Zé Antonio Albuquerque, diretor do Gazeta do Alto Piranhas, e do diretor paraibano Vladimir Carvalho (O País de São Saruê, O Homem
de Areia...) Veja texto com mais detalhes publicado neste blog em 12/11/10.
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