Almanaqueiras: ou não queiras.

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terça-feira, 21 de setembro de 2010

A REALIDADE DO AEROPORTO DE CAJAZEIRAS

No início deste ano fui para Cajazeiras saindo daqui de Brasília para o Recife, escala, e seguindo para Juazeiro do Norte. O avião saiu daqui lotado. Muita gente de Recife, com certeza, mas havia também muita gente da Paraíba que tinha pressa de chegar logo na capital paraibana pegando de imediato o primeiro vôo. Era uma sexta-feira, dia em que ainda muitos políticos e assessores zarpam da capital política para seus nichos eleitorais. Não precisa nem muito esforço para identificá-los, pois os celulares os denunciam em suas vozes altas falando com assessores e assessores de assessores na outra ponta dos currais eleitorais.
Chegando em Recife fiquei surpreendido com o esvaziamento do avião. Olhei pro fundo da aeronave e pra frente e vi que ficamos eu, minha esposa Maurinete e mais meia dúzia de passageiros. Fiquei preocupado com um possível atraso demorado tendo em vista o esvaziamento do avião.
Qual nada! Houve uma enxurrada de passageiros que lotou o pássaro de aço. “Ôxe! - comentei com Maurinete -, será que esse pessoal todo está indo pro Juazeiro de meu Padim Ciço pra pagar promessa!”. Os passageiros oriundos de Brasília até Recife eram gente empalitozada, corte de linho talhado, e os passageiros de Recife para Juazeiro eram gente humilde, gente de bermuda, com até sacolinha de lanche no colo, valises simples. Só não tava levando galinha e porco, como se carregava nos caminhões mistos de antão, porque a noção de transporte da modernidade evidenciava em seus rostos.  
Chegamos a Juazeiro e observamos o quanto havia de gente pegando carro em direção a cidades próximas de Cajazeiras. Eu e Maurinete comentávamos de como a história desse vôo tenderia a se transformar com a construção do aeroporto de Cajazeiras. Hoje já sei que a pista de pouso – 1600x30 metros - está concluída e em preparativos a iluminação e a Estação de Passageiros.
Sabemos que o transporte aéreo brasileiro de passageiros barateou bastante, ao ponto de se ter promoções de passagens que ficam mais baratas do que as de ônibus, e, melhor,  há empresas aéreas brasileiras que estão se especializando no transporte para cidades do interior, e é aí que entra a jogada do aeroporto de Cajazeiras. Contabilizando as cidades de sua cercania, teremos potencial para, por baixo, termos pelo menos dois vôos por semana para Cajazeiras. Possa ser que eu esteja sendo pessimista, mas para quem está em Brasília, São Paulo, e outras capitais de peso para o mercado de passagens para Cajazeiras, já seria a glória. Juazeiro do Norte tem de dois a três vôos diários! Lógico que eu tenho noção do tamanho e da importância da terra de Padre Cícero.
Em conversas com amigos aqui de Brasília, conjecturamos sobre o beneplácito do calendário de comemorações cívico e santo anuais que favorecerão nossas idas mais freqüentes à terrinha e beneficiando pessoas idosas que já não podem mais encarar os assentos de ônibus ou carros particulares. A realidade de pousar diretamente em Cajazeiras e não mais em Juazeiro do Norte ou nas longínquas Recife, João Pessoa ou Campina Grande, todas auto-suficientes, será, além de benefício econômico para a cidade, o benefício de maior confraternização da família cajazeirense. E mais: a praticidade de convidados e gente especializada de se chegar à cidade que é empreendedora de educação para palestras e cursos, sem a desculpa de que perderia  tempo em viagem prolongada e cansativa. Também o favorecimento inverso, cajazeirenses se deslocando para turismo, confortavelmente, para os grandes centros, abandonando a preguiça e visitando a parentada distante. E ainda a possível agilidade na busca da saúde com urgência em grandes centros.
É de se comentar que, isso é para gente que tem dinheiro, gente de posses. Sim, é verdade, mas a realidade dos fatos é que há um barateamento de passagens assustador em prestações módicas a se perder de vistas, como o parcelamento de geladeiras e fogões no Armazém Paraíba.
O fato é que, empalitozados, jeans, cetins, cambraias, linho, ou murim, poderão chegar e sair de Cajazeiras nas asas da modernidade de braços abertos e abraçar o Cristo Rei, que, de braços abertos, apesar das antenas atrapalharem, abraçará toda a cidade de Cajazeiras com seus filhos-visitantes.   
 Eduardo Pereira
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