Almanaqueiras: ou não queiras.

Almanaqueiras: ou não queiras.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

"piranha é um peixe voraz".

A gente pode fingir que o Temer continua, deixa ele dormir no Jaburu 

Gregorio Duvivier 

Resultado de imagem para piranha

Temer parece o Fluminense no Brasileirão de 2013: não entendi até agora por que não caiu. Confesso que até eu, que sou tricolor, fiquei perplexo naquela ocasião. Da mesma forma imagino Michelzinho já de malas feitas pra deixar o Jaburu quando percebeu: "Ih. Papai não caiu?".

Se Temer não cair depois de se reunir secretamente com um sujeito investigado pela polícia, fornecer informações privilegiadas, consentir com suborno e escrever os piores poemas da língua portuguesa, Temer não cai nunca mais.

Um advogado alegou, em defesa de Temer, que, por causa da idade avançada, ele pode não ter entendido direito o que Joesley afirmou, e pode ter concordado só por educação, porque afinal seria chato perguntar "o quê?" pela quinta vez. 

Ah, mas só de se encontrar com Joesley ele já estaria cometendo um crime. Sua visão talvez esteja comprometida, explicará a defesa, e ele pode ter confundido Joesley com Alípio Martins, compositor de "piranha é um peixe voraz".

Não será difícil para os advogados do presidente ancorar a defesa com provas. Outro dia o presidente disse que o governo economizou "milhões de cruzeiros", moeda que já não existe há 24 anos e disse que os Estados precisam de maridos. A senilidade explica não somente o áudio do Joesley, mas o governo Temer como um todo.

Por isso, talvez, o governo tenha sido um desastre: as pessoas propõem absurdos e ele faz que sim com a cabeça porque não tá entendendo nada.

"O senhor presidente aprova que o trabalhador rural seja remunerado com casa e comida?"

"Vou bem, meu filho, obrigado."

"Mas o senhor apoia a reforma?"

"Obrigado, querido, e manda um beijo pro seu pai."

"Pessoal, acho que tem o nosso apoio, sim, vamos votar."
Só a senilidade isentaria o presidente das mil acusações que pesam sobre ele. E entendo também que não seja o caso de despejar um senhor que já não diz coisa com coisa. O choque pode matá-lo. Proponho então que a gente faça como no filme "Adeus, Lênin". A gente finge que ele continua no poder, pode até dormir no Jaburu e frequentar o Planalto, mas na função que ele nasceu pra desempenhar: a de presidente decorativo.

E, por favor, ninguém avise a ele que a moeda já não é mais o cruzeiro, o choque pode ser traumático.

Nenhum comentário:

Postar um comentário