TSE vai ouvir Marcelo Odebrecht em ação que pode cassar Temer
- Eduardo Anizelli - 1º.jan.2015/FolhapressA presidente da República reeleita Dilma Rousseff ao lado do vice-presidente Michel Temer (PMDB), durante cerimônia de posse, no Palácio do Planalto, em Brasília em janeiro de 2015
O relator no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) da ação que pede a cassação da chapa Dilma/Temer, o ministro Herman Benjamim, marcou para o dia 1º de março o depoimento de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da construtora, e dos ex-executivos da empreiteira Cláudio Melo Filho e Alexandrino de Salles Ramos.
Os depoimentos ocorrerão em Curitiba, onde Marcelo está preso.
Em sua decisão, Benjamim afirma que deseja apurar se há nas delações premiadas da Odebrecht informações relativas à campanha de 2014.
"Por tais razões, diante de indicativos extraídos da mídia escrita sobre a recente homologação da colaboração premiada de 77 (setenta e sete) executivos da empresa Odebrecht, no âmbito da denominada Operação Lava Jato, e de que houve depoimentos relacionados à campanha eleitoral da chapa Dilma-Temer em 2014, determino a oitiva das testemunhas", diz trecho do despacho do ministro.
Em seu acordo de colaboração, Cláudio Melo Filho afirmou que Michel Temer acertou com a empreiteira, durante jantar no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente, o pagamento de R$ 10 milhões ao PMDB.
Temer tem negado qualquer irregularidade em doações feitas ao partido.
Ainda segundo Benjamim, o depoimento do dono e dos ex-executivos da empreiteira foi autorizado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo.
Os 77 depoimentos de executivos e ex-executivos da Odebrecht foram homologados no final de janeiro pela presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. As delações ainda permanecem sob sigilo.
A ação contra a chapa presidencial que reelegeu Dilma Rousseff e Michel Temer, como vice-presidente, foi movida pelo PSDB. O partido acusa a campanha adversária de ter cometido abuso de poder político e econômico.
Gráficas envolvidas
Na última quarta-feira, foram ouvidas testemunhas da ação no TSE ligadas à gráficas contratadas pela campanha de Dilma. A suspeita é de que as empresas não tenham prestado parte dos serviços pelos quais foram pagas.
Os advogados no TSE do presidente Michel Temer, Gustavo Bonini Guedes, e da ex-presidente Dilma Rousseff, Flávio Caetano, negaram as irregularidades apontadas na ação e defenderam que os depoimentos ajudaram a esclarecer a execução dos serviços.
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