Almanaqueiras: ou não queiras.

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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

temos muito que agradecer aos pais desses artistas que os deixaram voar e tornaram o mundo um lugar mais agradável para todos nós, meros mortais, viver.

 
Elika Takimoto

Como posso cultivar um ídolo como Cazuza? Vou te explicar, senhora psicóloga. (Acabo de ler de uma psicóloga - notícia não atual mas que voltou a ser compartilhada - que não podemos cultivar um ídolo como Cazuza). Primeiramente Fora Temer porque a notícia veio de coxa. 

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Segundo, cultivar um ídolo não é o mesmo que querer ser igual a ele e sim amar aquilo que ele produziu na vida artística e se emocionar constantemente com a sua obra.

Cazuza espalhou beleza pelo mundo e se a senhora não tem sensibilidade para detectar o belo, poupe-me de seu discurso permeado de julgamentos. Falar que ele não é exemplo para ninguém é controverso, senhora.

O mundo seria melhor se tivéssemos mais "marginais" como o Cazuza ou mais psicólogas como a senhora que aponta como única diferença entre o artista em tela e Fernandinho Beira-Mar o fato de um ter nascido na Zona Sul e o outro não?

Ou melhor, seríamos mais belos com menos poesias porque quem as produziu viveu uma vida desregrada à margem da sociedade?

Ou a senhora vai me dizer que Cazuza, Renato Russo, Elvis, Elis e tantos outros seriam os mesmos se os pais tivessem lhe obrigado a seguir rigorosamente as regras de conduta impostas por essa comunidade que enche os filhos de ritalina porque eles não gostam de estudar matemática e aprender é preciso (e cantar, escrever,compor...não)?

Quantos, senhora psicóloga, a senhora conhece que vivem em padrão-FIFA durante 80 anos e que morrem sem ao menos ter plantado uma flor? Como medir se a vida do outro valeu ou não a pena, senhora psicóloga?

Para finalizar, senhora psicóloga, a prova mais difícil de amor não é dizer NÃO e sim aceitar o filho como ele é. Ainda que reconheça a importância do limite, temos muito que agradecer aos pais desses artistas que os deixaram voar e tornaram o mundo um lugar mais agradável para todos nós, meros mortais, viver.

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