- Oi, mãe
- Oi, meu filho (aos prantos)
- Bem, pelo visto você ja sabe o que aconteceu
- É, seu irmão já me ligou, sua irmã também (aos prantos). A gente está pensando muito em você. Como você está? (aos prantos).
- Tô indo...
- São tão poucos os que verdadeiramente lutam pela maioria (aos prantos)... e eles morrem...(aos prantos) peraí que seu pai vai falar. Nao quero mais. Um beijo (aos prantos, sem conseguir falar).
- Oi, Barriga.
- Oi, meu filho (chorando de raiva). Você está com a Julinha?
- Não, hoje não.
- Pois é... (silêncio e voz embargada). Que ele pelo menos reencarne num brasileiro para mudar este país tomado por filha da puta (chorando).
- Pois é...
- Só te peço uma coisa: cuida da sua filha. Eu ja to fodido, ja fiz o que tinha que fazer. Você também não vai poder fazer nada. A esperança é sempre os jovens. É neles que temos que apostar. Aposta na sua filha e nos jovens. É só isso o que eu te peço. Um beijo (chorando).
- Beijo, pai (nem chamei de Barriga).
Eles não estão bem. E quando os pais não estão bem, os filhos jamais estão bem. Mas sigamos.
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