Cármen Lúcia aproxima STF da população e surge como nome para 2018
Julianna Sofia - FSPPedro Ladeira/Folhapress | ||
A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia |
BRASÍLIA - A ministra Cármen Lúcia completa dois meses à frente do Supremo Tribunal Federal com uma clara mudança de foco na condução da mais alta corte.
Muito além do blablablá político, das picuinhas corporativistas e do embate entre Poderes —-apesar do duelo verbal com o capitão do Senado, Renan Calheiros, sobre o episódio do "juizeco", o estilo da ministra contribui para expor as vísceras de um Brasil como ele é.
Prega a aplicação da Lei do Ventre Livre para que detentas não tenham filhos dentro de penitenciárias. Visita presídios pelo país, da casa dos horrores de Pedrinhas (MA) à "bem frequentada" Papuda (DF), para checar as condições da população carcerária, jogando luz sobre o tema.
Traz uma pauta mais aprazível ao cidadão brasileiro nos julgamentos do Supremo. Polêmicas como desaposentação, greve do funcionalismo, vaquejada e paternidade biológica passaram a ter destaque. Nem sempre com decisões favoráveis ao trabalhador (há uma tendência pró-governo na atual fase do STF?). Mas encerrando capítulos, em alguns casos, suspensos há anos.
Restam outros em aberto. Entrará no debate sobre o foro privilegiado? Pautará o inquérito em que Renan é acusado de usar dinheiro de empreiteira para pagar a pensão de uma filha fora do casamento?
Atuação midiática, há quem argumente sobre a performance da ministra. Joga para a plateia quando se indigna com a realidade de um preso custar 13 vezes mais ao Estado do que um estudante do ensino médio. Ou quando afirma que não lida "com o cofre", mas com "o humano".
O fato é que aproxima a Justiça da vida das pessoas. Num cenário de desencanto no Brasil e no mundo com políticos tradicionais, nomes impolutos como os de Joaquim Barbosa (nos idos do mensalão), Sergio Moro e Cármen Lúcia habitam o imaginário do eleitor brasileiro.
A saber se a ministra já foi ou será picada pela mosca azul até 2018.
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