Almanaqueiras: ou não queiras.

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sexta-feira, 18 de novembro de 2016

arrogantes e pertencentes a uma geração que se criou unida nas praias cariocas e ascendeu unida na política fluminense

  
Luís Costa Pinto


A capa de O Globo de hoje é a síntese da melancolia que se abateu sobre a tradição arruinada do Rio de Janeiro. Essa turma nem tão jovens, corpos sarados e/ou embotocados, sotaque chiado, sorriso maroto no rosto, vestindo verde-e-amarelo, ocupou a Vieira Souto nas passeatas paneleiras e cria estar regressando ao centro das decisões políticas com a sagração do impeachment. Antes disso, anteviu a chance de regressar ao epicentro político com a ansiada vitória de Aécio Neves, dileto filho de Ipanema e vizinho e amigo de Cabral e de Adriana Ancelmo, em 2014. 


Como não conseguiram pelo voto, açularam a deposição da vontade popular. Pois bem, aí eis que Mariano Marcondes Ferraz, filho de Regina Marcondes Ferraz, estriônica defensora das teses da direita repulsiva nas redes sociais, é preso em Guarulhos quando embarcava para a Suíça. Ordem de Sérgio Moro. Lava Jato. Corruptor. Foi um baque nas rodinhas do Leblon ao Leme, passando pela Lagoa, mas ficou no tititi do Rio. Aí veio a prisão de Sérgio Cabral, de todos os secretários palacianos dele - arrogantes e pertencentes a uma geração que se criou unida nas praias cariocas e ascendeu unida na política fluminense - e o desnudar da vida oculta do ex-governador e de sua madame Adriana Ancelmo. Cavalo de pau na turma bronzeada que mostrava seu valor - mas para operadores de oxigênio, bacalhaus e quetais. E ruiu aos gritos de "lincha, lincha" que se ouvia durante a saída de Cabral no camburão da PF, a esperança dos lordes-de-cheque-especial do Rio de Janeiro de um dia voltarem a ter relevância em Brasília.

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