Almanaqueiras: ou não queiras.

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segunda-feira, 11 de abril de 2016

Alceu Valente


Alceu Valença

Olho com tristeza para o meu país mergulhado num mar de lama, de lágrimas. Presencio debates radicais e acalorados que muitas vezes chegam as vias de fato. Xingamentos, dedos em riste, amizades que se deterioram. É triste. O radicalismo tomou conta de nossa mentes e os palavrões, insultos, corriqueiros. 
As discussões políticas viraram pauta nos bares da vida, impulsionadas pelos escândalos de corrupção que, só agora, foram revelados. Se mexerem no fundo do baú, sobrará uma minoria, pouquíssimos mandatários. Por quê? Porque as práticas nascidas nas eleições corrompem mentes e nos fazem de dementes. 
Me faz lembrar uma noite, há anos, em que eu discutia no bar Diagonal, no Leblon. 
-Se não houver uma reforma política, as eleições, para mim, nunca serão lícitas! Alguém, candidato a vereador pela cidade do Cristo Redentor, me pergunta:
- Por quê? 
- Os financiamentos de empresas privadas comprometem todos os mandatos. 
O candidato retruca e diz que existe a simpatia e as preferências. Eu contra argumento:
- Simpatia de 10 milhões não existe!!! 
O rapaz diz que não recebeu aquela quantia. 
Na bucha, rimando lhe disse: 
- Empresa não tem partido. Você já está comprometido, se recebeu, um milhão, 10 por cento de 10 milhões.
Deu no que deu, a desmoralização da Democracia, que só se restabelecerá com a mudança da legislação. 
Os Três Poderes deveriam viver em harmonia, garantindo, assim, o regime democrático. O que vemos hoje é um jogo de chantagens. A política virou a arte da traição. 
Quando estudava direito em Pernambuco, pensava em fazer concurso para juiz, porque sempre olhei para os dois lados da moeda, nunca torci por time de futebol e nem por piloto de fórmula 1. 
Sempre fui crítico e apesar de parecer maluco, procuro discutir com lucidez e sem paixões. Mesmo assim, muitas vezes não fui entendido. 
É necessário nos informar sobre política, olhar as notícias, através de vários meios de comunicações para não seguirmos um raciocínio linear ou tendencioso. Não gosto de pré-julgamentos. Radicalização. 
O dever da justiça é seguir a Lei. 
Não dou asas a radicais. 
Ditaduras? Jamais!

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