Almanaqueiras: ou não queiras.

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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

"Normalmente a rua Direita de uma cidade, e quase todas têm uma, são ruas bem “tortas”, por vezes íngremes e cheias de curvas!"

BOTANDO ORDEM NA CASA

Eduardo Pereira – dudaleu1@gmail.com




Estive no início de dezembro último com Joselito Feitosa, Secretário Municipal de Planejamento de Cajazeiras, aqui em Brasília, por ocasião de sua vinda a capital brasileira para um curso de gestão administrativa junto a órgãos federais. Quis saber dele sobre o cadastro imobiliário que estava sendo feito na cidade e explicou-me que o objetivo era dar melhor ordenamento na cidade, tendo em vista que havia até ruas que não estavam sendo recolhido o lixo e era necessário enquadrá-las nas obrigações e responsabilidades municipais. Era mais ou menos isso que captei dele.

Já em fins também de dezembro estive em Cajazeiras mas não tive a oportunidade de reencontrar Joselito, pois tinha eu interesse em saber do resultado desse trabalho imobiliário. Recentemente li a notícia, não sei se no Gazeta do Alto Piranhas ou em algum desse muitos blogs que enfocam Cajazeiras, que a administração municipal havia estabelecido normas para quem quisesse construir imóveis, e quem desobedecesse sofreria sanções, como não receber o alvará de construção e ainda por cima receberia multas. Ou seja, está havendo uma preocupação pelas autoridades municipais que não se deve construir ao léu, do contrário se tornará uma cidade de ruas tortas, desalinhadas, sem os benefícios públicos.

Essa rapaziada que hoje está na faixa de trinta anos, ou um pouco mais pra trás, não sabe que a Rua Padre José Tomás era um funil que começava ali mais ou menos na Igreja dos Crentes até o bar de Bibiano. Quem viveu antes da abertura desse trecho não sabe dos fatos bizarros que ali aconteceram, como quando dois carros em direções opostas pararam um em frente do outro e seus motoristas não queriam abrir mão de dar ré um pouquinho para o outro passar. Então sentaram nos capôs dos carros e ficaram casmurros tete-a-tete até que, com muita insistência, paciência e jogo de cintura da “turma do deixa disso” conseguiu demover que um cedesse porque estava atrapalhando os que já estavam formando filas pedindo passagem. Por fim a rua foi enlarguecida e inaugurada com banda de música e tudo.

Muitas ruas de Cajazeiras são estreitas e tortas e se diz, a boca miúda, que isso decorre de um funcionário da prefeitura, em tempos idos, que era responsável pelo alinhamento das ruas, ter um problema de visão. Ele era o balizador e dava o ok quando o outro funcionário perguntava se estava tudo certo no alinhamento. E deu no que deu de ruas tortas.

Mas hoje é diferente. Vi os muitos loteamentos vendidos já divididos e alinhados, mesmo porque a especulação imobiliária não é de desperdiçar um palmo se quer de terreno. Dei uma volta ali pela região da universidade e vi que a cada vez que vou a Cajazeiras a expansão imobiliária assusta-me. Até para cajazeirenses que tem uma certa frequência em visitar a cidade não saberá andar direito por aquelas ruas fincadas em bairros novos.

Os nomes dos bairros? Os nomes das ruas?  Já não mais se trata daqueles velhos tempos que sabíamos de cor nomear todas as ruas da cidade. Tem até o livro do historiador Deusdedit Leitão, As Ruas de Cajazeiras, que traça um perfil histórico das ruas de Cajazeiras. Li há alguns anos. Recomendo.

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