Cerco da Receita a ministros do Supremo e do STJ faz integrantes das cortes projetarem reação
O troco da mordida do leão A revelação de que a Receita vasculhou finanças de familiares de integrantes do Supremo e do STJ provocou forte reação nas duas cortes. Um ministro do STF diz que os critérios adotados pela força-tarefa do fisco caem como uma luva em qualquer magistrado que tenha parentes na advocacia e vê direcionamento nas apurações. No STJ, nesta segunda (25), especulava-se que até 12 juízes poderiam ter caído na “malha fina”. Os tribunais não descartam restringir, via decisões, o poder do órgão.
Petisco Nesta segunda (25), o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que a mulher do presidente do Supremo, Dias Toffoli, teve as contas analisadas pela Receita, assim como a ministra do STJ Isabel Gallotti. Os dois nomes integram parte da lista de 134 autoridades que foram alvo do órgão.
Elo mais fraco O cerco a familiares foi definido por um ministro não relacionado na lista dos auditores como uma “barbaridade”. O roteiro é semelhante ao que levou Gilmar Mendes para a linha de frente da briga com a Receita.
Abaixo da cintura Mendes disse a pessoas próximas que ele, como homem público, está disposto a passar por esse tipo de situação, mas que o fato de terem inserido sua mulher, Guiomar, no caso, “despertou os instintos mais primitivos”.
Vai ou racha O ministro, que operou uma virada de mesa ao exigir providências do STF quando soube que havia sido investigado, vê agora, com a aparição de mais nomes de cortes superiores, a solidariedade se avolumar. “Sou do Mato Grosso. Lá a gente lida com chantagista assim: é matar ou morrer”, disse em conversas.
Fazer o básico A ministra Isabel Gallotti diz que nunca foi notificada pela Receita. Sua evolução patrimonial, afirma, é compatível com herança que recebeu, em 2014, após a morte da mãe. Os valores foram registrados. “A simples cautela de verificar minha declaração teria evitado esse constrangimento.”
Pegou Nesta segunda, após a primeira imersão nas bases depois da apresentação da reforma da Previdência, deputados relatavam cobranças de eleitores. Nas cidades do interior, disseram, só se fala que vão acabar com a aposentadoria dos idosos mais pobres e dos trabalhadores rurais.
Univitelinos A defesa do ex-presidente Lula enviou a decisão em que Gabriela Hardt condenou o petista no caso do sítio de Atibaia (SP) para exame pericial. Resultado: o laudo sustenta que a juíza aproveitou “o mesmo arquivo de texto” usado pelo colega Sergio Moro no caso do tríplex.
Univitelinos 2 O parecer foi feito pelo Instituto Del Picchia. Ele aponta similaridade na formatação dos dois textos e o que chama de lapsos de Hardt, que chegou a copiar trecho do caso do Guarujá na penúltima página de sua sentença, reproduzindo referência a um “apartamento”.
Para constar O material será anexado a recursos que os advogados vão apresentar ao TRF-4 e a tribunais superiores. Procurada, a assessoria da 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná disse que Gabriela Hardt não iria se manifestar.
Bala no tambor O deputado Loester Trutis (PSL-MS) começou a recolher assinaturas para criar a Frente Parlamentar Armamentista. Diz já ter 120 apoios –precisa de 170.
Mira de precisão O grupo quer se diferenciar dos colegas que integram a bancada da Segurança Pública e vai centrar atuação em temas como posse e porte de armas.
Agora é a hora O monopólio da Taurus, principal empresa de produção de armamentos no país, é citado pelo deputado como um tema que estaria entre as prioridades da frente. Trutis promete trazer empresas estrangeiras para debater o assunto. A meta é abrir caminho para que eles venham produzir no Brasil.
TIROTEIO
Homem público tem obrigação legal de dar conhecimento de seus bens. Diz a Bíblia: Se não tem cabra, não pode vender leite
Do senador Major Olímpio (PSL-SP), sobre a revelação, feita pela Folha, de que o presidente da Casa ocultou bens da Justiça Eleitoral
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