Há 6 meses que vazam, incessantemente, gravações de políticos em situações indecorosas para os jornais. Duvido que se encontre uma sequer em que não se mencionem ministros do STF tomando parte em complôs, servindo como consultores ou no elenco de autoridades acessíveis ou influenciáveis. O que dizem dos ministros do STF, nas gravações, os políticos implicados e os seus comparsas,pode até ser falso. Espero sinceramente que tudo não passe de blefes, más interpretações ou simulação de poder do político diante do interlocutor, mas de qualquer forma a resposta do STF não pode ser recolher-se a um silêncio olimpiano. Alguma atitude republicana precisa ser tomada, vez que a Corte é parte do Estado e não uma ilha autônoma e alienada.
E, afinal, ou tem ministros realmente íntimos demais dos políticos graúdos, a ponto de serem seus consultores em conluios e complôs, o que seria deplorável, ou o STF precisa acabar com essa farsa de ver os seus juízes citados em situações que o pudor democrático não pode admitir.
Está, no mínimo, ficando feio para a imagem da Corte Suprema do país, a instituição que deveria servir de farol nesses tempos de crise. E mesmo quem desaprova teorias conspiratórias e acredita no funcionamento republicano das instituições, como este pobre escriba, precisa ser assegurado de que os juízes da Suprema Corte não estão em campo jogando, despudoradamente, o jogo político.
Nenhum comentário:
Postar um comentário