Romário acusa Renan Calheiros
Juca Kfouri
As últimas gravações do escândalo político que vieram a tona, trouxeram um elemento novo a toda essa trama: a Confederação Brasileira de Futebol.
Além das gravações, a entrevista do senador cassado Delcídio do Amaral, concedida ao jornal “O Estado de S. Paulo”, mostram a íntima relação entre Renan e diretor de lobby da CBF, Vandenbergue Sobreira Machado.
Parece não ser mera coincidência que Renan tenha obstruído os trabalhos da CPI nos últimos 50 dias, desde que ele, numa decisão monocrática decidiu suspender os efeitos das convocações de Marco Polo Del Nero e seu filho, de Ricardo Teixeira, do empresário Wagner Abrahão e do prefeito do município de Boca da Mata, Gustavo Feijó.
Desde então, Renan se nega a responder aos reiterados questionamentos feitos por mim e pelo senador Randolfe Rodrigues.
Tudo fica mais claro quando tomamos conhecimento das gravações entre Renan o Vandenbergue. Nos áudios divulgados, Renan instruiu o lobista a monitorar os passos de Delcídio. Renan diz a Vandenbergue que o ex-senador ‘tem que fazer… Fazer uma carta, submeter a várias pessoas, fazer uma coisa humilde… Que já pagou um preço pelo que fez, foi preso tantos dias… Família pagou… A mulher pagou…’.
Vejam vocês, como o trabalho de investigação da corrupção no futebol foi sabotada por tanta corrupção política.
Vanderbergue tem um trabalho chave dentro do Congresso.
Ex-funcionário do Senado, ele é o elo da CBF com os parlamentares.
Usa sua condição de aposentado (inclusive o crachá) para ter acesso aos senadores e fazer o lobby da entidade. Assim ele frequenta todos os dias os gabinetes dos aliados. Fatura alto com isso, além da aposentadoria do Senado, recebe salário de aproximadamente 100 mil da CBF.
Ainda oferece serviços de advocacia aos senadores (seu filho, Luiz Henrique, foi um dos advogados do Delcídio) à CBF e a DEL NERO, que pagou para Luiz Henrique advogar para Carolina Galan, ex-namorada do cartola, que foi convocada pela CPI do Futebol.
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