Almanaqueiras: ou não queiras.

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segunda-feira, 7 de março de 2016

já que não se fala noutra coisa, nessa coisa continuaremos a falar.

Desde o início a Lava Jato considera o óbvio, que o apoio da opinião pública influencia os propósitos da operação.

Para convencer a opinião pública, o endosso dos meios de comunicação costuma ser decisivo.

Mario Magalhães 



Tudo ia muito bem, no olhar dos protagonistas da Lava Jato, até a "condução coercitiva" do ex-presidente Lula para depor na sexta-feira. Para muita gente, o palavrão entre aspas foi interpretado como prisão sumária.

Muitos juristas e cidadãos, inclusive alguns sem simpatia por Lula, consideraram ação autoritária e arbitrária levar na marra para uma delegacia da Polícia Federal quem já havia se disposto a depor sem ser conduzido sob vara.

Uma coisa é combater a corrupção e investigar gatunos, outra é abusar do poder.
Se havia alguma dúvida sobre a imagem que ficou do aparato de policiais armados na porta do prédio de Lula em São Bernardo _não em Paris_, o juiz Sérgio Moro mostrou que entendeu o que se passara.
No sábado, dia raro para juiz de direito divulgar nota, ainda mais se manifestando sobre autos de processo ou inquérito, Moro buscou "esclarecer" por que determinara a "condução coercitiva".

Pela primeira vez, não transmitiu força, e sim fragilidade.

Moro ofereceu ao ex-presidente uma, como hoje se diz, narrativa em que Lula aparece como perseguido.

Se é ou não, eis um bom debate.

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