'Diários da Presidência': livro de FH serve como fofoca, não História
Fernando Henrique Cardoso lançará seu livro, 'Diários da Presidência - volume 1', na semana que vem. Nele, o ex-presidente comenta detalhes do cotidiano no Planalto e pretende fazer revelações sobre os bastidores do mandato tucano no qual esteve à frente.
Pelo divulgado até agora, tais diários parecem mais livros de fofocas. Não acrescentam nada à História. Poderiamos, inclusive, chamá-los de 'Inutilezas', não fosse esse o título de um lindo poema de Manoel de Barros.
O que pretende FH com esses 'diários'? Destruir reputações ou chamar a atenção? Neles, só há futilidades, e olha que seu governo foi rico de ações. As memórias de FH mancham uma bela biografia e transformam seu governo numa espécie de estúdio de chanchadas, o que é uma injustiça.
Nas entrelinhas dos textos, FH é sempre mocinho. É uma obra comprometida com o exibicionismo e a vaidade. O ex-presidente, com esse 'book rosa', está destruindo tudo de bom que fez. É autodestrutivo. É uma revista de fofocas encadernada.
Falo com autoridade: a citação do meu nome na sua briga com Sarney é verdadeira e me deixa bem na fita. Mas serve como fofoca, não História.
Pelos governos que realizaram, esperava-se de FH e de Lula, comportamentos à altura do cargo que exerceram. Parecem ex de times de futebol. FH troca as bolas, troca nomes de personagens.
Como contador de história, é um excelente intelectual.
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