Grupo de cubanos chega às praias de Miami após travessia de 10 dias
DA EFE
Os nove imigrantes cubanos que chegaram na terça-feira (23) em uma balsa às praias de Miami, após dez dias de travessia, afirmaram que a viagem demandou cerca de três meses de preparação, segundo informaram meios de comunicação dos Estados Unidos.
Os imigrantes cubanos puseram os pés nas praias de Key Biscayne, muito próximas ao centro da cidade de Miami, em bom estado de saúde, segundo agentes do Escritório de Alfândegas e Proteção Fronteiriça (CBP) em Miami.
Tanto os serviços médicos como agentes da Patrulha Fronteiriça se encarregaram de atender os imigrantes logo após sua chegada a território americano.
Os imigrantes cubanos, com idades entre 20 e 40 anos, asseguraram que saíram de Cuba há dez dias, provenientes de Camagüey, a leste de Havana.
Em um improvisado encontro com a imprensa nos arredores de Serviço Mundial de Igrejas, a organização que lhes ofereceu refúgio e atendimento após sua chegada ao país, o "capitão" da embarcação, René Morales, negou que o grupo fizesse parte de uma operação de "tráfico ilícito" de pessoas, tal como sugeriu inicialmente a Patrulha Fronteiriça.
Segundo relatou, a viagem se iniciou quando um grupo de 14 moradores de Camagüey começaram a preparar uma improvisada embarcação à base de placas de aço, e à qual acrescentaram o motor de um trator soviético modelo T-40.
Pouco antes de partir, o grupo, que se reduziu a nove integrantes, entrou em contato com Morales para que conduzisse a embarcação.
Morales afirmou ter aceitado o convite por "não ver futuro em Cuba"
"Ali você tem que decidir entre comprar comida ou sapatos", declarou ao jornal "The Miami Herald".
Após dez dias de navegação, escondendo-se dos guarda-costeira americana, o grupo finalmente chegou a Key Biscayne na tarde de terça-feira.
Desde outubro de 2013 chegaram às praias do sul da Flórida pelo menos 780 imigrantes cubanos, quase o dobro que o ano anterior, segundo números oficiais.
A Lei de Ajuste vigente nos Estados Unidos desde 1966 permite que os cubanos que pisem o solo americano possam ficar no país e obter a residência, enquanto os interceptados no mar, mesmo a poucos metros da margem, devem ser devolvidos à ilha.
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