Almanaqueiras: ou não queiras.

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segunda-feira, 24 de março de 2014

Ninguém merece um título como esse, sinceramente.

Três cidades brasileiras estão entre as dez mais violentas do planeta

G1



No último domingo (16), o Fantástico mostrou como é viver na cidade mais violenta do mundo - San Pedro Sula, em Honduras. Neste domingo (23), os nossos repórteres viajaram pelas três cidades brasileiras que estão entre as dez mais violentas do planeta. Uma delas, vai receber jogos da Copa do mundo.

Nestes locais se mata por qualquer motivo: paixão, discussão, tráfico. “A morte é sempre entre 15, 21, 22 anos. Não passa disso”, destaca um policial.

Uma pessoa assassinada a cada duas horas. O crime é bem perto das autoridades. O que impressiona é que a venda de drogas funciona bem em frente à delegacia.

Durante um mês, o Fantástico percorreu as cidades brasileiras que aparecem no ranking das dez mais violentas do planeta entre as que não estão em guerra: Maceió, Fortaleza e João Pessoa. O levantamento foi feito por um respeitado grupo de estudos mexicano.

O Fantástico foi até João Pessoa, a nona cidade mais violenta do mundo, e terceira do país, segundo o estudo.

O que impressiona na cidade é que a venda de drogas funciona bem em frente à delegacia. Os compradores chegam a pé, de carro, até se atrapalham e disfarçam mal, mas ninguém para a ação dos criminosos. O nosso produtor se aproxima do grupo, fingindo estar interessado na droga. O traficante não se preocupa com a polícia.

No fim do dia, o delegado titular da delegacia do turismo, Francisco Azevedo, chama dois rapazes, um deles é o homem flagrado pela nossa equipe vendendo drogas.

Eles entram, ficam três minutos, e, logo em seguida, deixam o prédio para voltar à rotina. Hoje, o delegado disse para a repórter Meiry Alves que suspeitava do tráfico na região e chamou os dois em busca de informações.

Delegado: Todas as pessoas que são chamadas na delegacia são chamadas para dar esclarecimentos
Fantástico: O senhor sabia que eles vendiam droga?
Delegado: Até aquele momento não.

Depois que a secretaria foi informada dos flagrantes, os traficantes que agiam na frente da delegacia foram presos.
João Pessoa tem uma taxa de homicídios considerada epidêmica pela Organização Mundial da Saúde. São 66 para cada 100 mil habitantes

“É um trabalho que a gente tem focado muito, principalmente nos crimes contra a vida, mas demonstrando que o caminho é certo e já há uma boa redução, mas a gente reconhece que ainda falta fazer”, disse secretário de Segurança da Paraíba, Cláudio Coelho Lima.

O filho de Dona Maria faz parte desses números. “A gente estava na igreja e, quando eu cheguei lá, eu vi a cena, que nenhuma mãe queria ver. Meu filho morto, na calçada”, conta.

Tibério de Oliveira tinha 24 anos e foi morto com 9 tiros em 2011. A família diz que foi por engano.

“Meu irmão não tinha rixa com ninguém, não tinha dívida. Então quem o conhecia sabia disso”, diz o irmão Kaleb.

Para o Ministério Público, muitas mortes estão relacionadas ao tráfico de drogas. Mas uma investigação da Polícia Federal também apontou a existência de milícias e grupos de extermínio, formados por policiais.


O Fantástico teve acesso aos detalhes do inquérito. Segundo o documento, uma das gravações mostra o major da PM, Gutemberg Nascimento de Lima, negociando uma espingarda.

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