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terça-feira, 4 de junho de 2013

Surgem suspeitos da morte de Neruda


A Telesur publicou matéria dizendo que Michael Townley, um agente da CIA no Chile, seria o responsável pelo assassinato do poeta Pablo Neruda, doze dias após o golpe que derrubou o Presidente Salvador Allende, em setembro de 1973.


Rapidamente surgiram nos jornais americanos respostas dizendo que não poderia ser Townley, pois este estaria na Flórida no dia da morte de Neruda, segundo a Associated Press.

As suspeitas sobre ele aumentaram depois de o médico Sérgio Drapper, que era residente, então, no hospital onde morreu o Prêmio Nobel de Literatura, disse ao juiz  Mario Carroza, que conduz a investigação sobre o caso, que um certo Dr. Price surgiu misteriosamente para cuidar de Neruda e desapareceu após sua morte.

Por ordem do juiz, Drapper participou da confecção de um retrato falado que lembraria Townley à época.

Townley não poderia ser localizado por ter mudado de identidade e viver sob o programa de proteção a testemunhas do governo americano. Muito embora seja acusado pelos assassinatos do general Carlos Pratts e de Orlando Lettelier, respectivamente ex-comandante do Exército chileno e ex-chanceler do país, mortos por bombas colocadas em seus automóveis.

A AP diz que o retrato falado pode corresponder ao médico alemão  Harmutt Hopp, que fugiu da justiça chilena em 2011 e  vive no oeste de Alemanha, protegido da extradição.

Embora alguns jornais brasileiros tenham publicado que Neruda morreu mesmo de câncer de próstata, isso não é conclusivo. Os exames cadavéricos só provaram que ele tinha mesmo um câncer de próstata avançado, não que essa tenha sido a causa mortis.

O médico Patricio Bustos, diretor do Serviço Médico-Legal  do Chile diz que levará meses até que sejam concluídos os exames da ossada exumada do poeta.

É triste revirar os restos de um homem morto. Mais triste ainda quando esse era um homem delicado e sensível a seu tempo e a seu povo.

Mas é pior, como querem alguns aqui no Brasil, conviver com as mentiras e o anonimato dos culpados pelas atrocidades que, embora merecessem levar à cadeia, ao menos devem ficar na memória.

Por: Fernando Brito

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