Almanaqueiras: ou não queiras.

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sábado, 1 de junho de 2013

O estranho prazer de ser sempre do contra

O estranho prazer de ser sempre do contra.

Zeno José Otto

Uma ocasião eu estava apresentando para três sócios uma sugestão de nome e programação visual para uma nova imobiliária que iriam constituir. Dois sócios não esconderam a satisfação e a aprovação do trabalho, mas o terceiro, um desses caras que parecem ter passado cocô no bigode, fez aquele olhar do Gilmar Mendes e disse:

- O visual até que passa, mas esse nome, nem pensar!

O nome era ViVenda. E quando eu lhe perguntei porque, respondeu que quando ele era jovem e ia para o litoral passava por uma velha placa de propaganda, caindo de velha, onde havia a palavra vivenda. Disse que até hoje ainda sente um profundo mal estar quando lê ou ouve essa palavra...

Imagem Activa


Engoli em seco, contei até 10 e falei:

- Meu caro Pedro Ivo, sabe que pensamos semelhante? Quando jovem eu freqüentava uma roda de samba lá no litoral, sempre aparecia um chato afetado querendo imitar o Elvis... O nome dele, ainda me lembro, era Pedro Ivo. Até hoje quando encontro alguém com esse nome sinto um profundo mal estar...

O comportamento desse tipo de gente deve proporcionar uma sensação de superioridade intelectual, ou o incrível prazer de irritar os outros.

Já ouvi durante uma reunião muito importante um besta desses se levantar e dizer: Sou contra! Quando lhe perguntaram o motivo respondeu: Sou contra! Ainda não sei porque, mas vou descobrir!

Dessa vez quem se irritou foi ele porque, mesmo saindo, deu para ele ouvir uma imensa gargalhada.

Durante muitos anos fui perseguido por dezenas de figurinhas assim. Cheguei a pensar que era um carma. Medíocres, incapazes de criar galinha, mas agindo como se fossem grandes autoridades em qualquer assunto.

Me repensei e resolvi agir diferente: sempre que surgisse um “professor de Deus” desses, eu inventaria uma desculpa qualquer e dava uma saída a francesa. Deu certo para mim. Mas para essas empresas... nenhuma delas prosperou e a maioria fechou.

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