
Quando morre alguém de nossa idade, além do sentimento de perda que temos, há a sensação, como uma premonição fúnebre e sinistra, de nossa própria morte. À medida que o tempo passa, ficamos com a memória cheia de amigos falecidos, ''os meus mortos'' de que fala o nobre poeta Ruy Espinheira Filho. O grande repórter que foi Joel Silveira costumava tomar, todos os dias, 'scotch' com os companheiros de sua geração num boteco perto de seu lar. Mas os amigos foram todos morrendo, e Joel permaneceu sozinho. Tão sozinho que deixou de tomar o seu 'scotch' de todo dia. Até que um dia ele próprio morreu.
André Setaro
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