Dilma quer construir pelo menos 800 novos aeroportos no País
Objetivo é que todas as cidades com até 100 mil habitantes tenham uma pista de pouso a no máximo 70 km de distância
Terra
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira, em Paris, na França, que pretende construir 800 novos aeroportos regionais no Brasil nos próximos anos. O objetivo é que todas as cidades com até 100 mil habitantes tenham uma pista de pouso a no máximo 70 km de distância.
“Os números no Brasil às vezes são grandes. Nós pretendemos fazer, no Brasil, em torno de 800 ou mais aeroportos regionais”, afirmou a presidente, em discurso na sede do Movimento das Empresas Francesas (Medef), a maior organização patronal francesa, em Paris. “Nós temos recursos para isso, originários até da outorga que cobramos dos grandes aeroportos. Nós temos de interiorizar o transporte aeroviário no Brasil”, explicou a presidente, estimulando o desenvolvimento de médias empresas do setor a atenderem às demandas de um País “de dimensão continental”.
Quanto aos grandes aeroportos, Dilma frisou que deseja investir na formação de pessoal da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) para garantir a qualidade dos serviços no Brasil. Ela também destacou que o setor ferroviário é prioritário para o governo, com o início, amanhã, da primeira fase da licitação para o trem-bala que ligará São Paulo ao Rio de Janeiro. A petista convidou as empresas francesas a participarem destes projetos, ressaltando que “nunca houve um momento mais favorável para a cooperação” entre a França e o Brasil.
Na plateia, dezenas de empresários de grandes companhias francesas, como a Alstom, da área de energia e transportes, cobraram a redução da burocracia para viabilizar investimentos no Brasil, principalmente obras de infraestrutura. A presidente do Medef, Laurence Parisot, apontou que o custo Brasil e as incertezas jurídicas são um freio para os investidores estrangeiros decidirem ir para o País.
“Estes dois fatores penalizam muito as médias empresas que pensam em se instalar no Brasil. E ao mesmo tempo, queremos colocar o Brasil no coração dos nossos sonhos”, declarou Parisot. A presidente brasileira respondeu que um mercado de 40 milhões de brasileiros da classe C está aberto aos franceses e que, para isso, o governo trabalha para diminuir as barreiras aos investimentos, reduzindo a burocracia. Ela defendeu uma economia mais flexível para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia, e citou medidas como a queda do custo do capital e a redução da taxa de juros cobrados no País, além de lembrar que o Planalto implanta novos estímulos à agricultura e à indústria para retomar o caminho do crescimento econômico.
“O Brasil não vai ser só exportador de commodities. Queremos também ser uma potência na área de manufaturas”, sublinhou.
A dirigente patronal francesa estimulou as companhias brasileiras a investirem na França, nicho explorado por um número reduzido de setores como o de aviação, cosméticos e sapatos, ao mesmo tempo em que pelo menos 430 empresas francesas atuam no Brasil. Como Dilma, Parisot destacou que as áreas espacial, agroalimentar e de desenvolvimento sustentável são as que mais podem ser ampliadas no comércio bilateral.
Depois do evento junto aos empresários, Dilma seguiu para um encontro com o prefeito de Paris, Bertrand Delanoë, no Hôtel de Ville, a prefeitura da capital francesa. Recebida no salão de honra, a presidente pediu ao governante que apoie a candidatura de São Paulo para ser cidade-sede da exposição universal de 2020. A capital paulista disputa com Ayutthaia, na Tailândia, Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, Ecaterimburgo, na Rússia, e Izmir, na Turquia.
Paris já sediou o evento seis vezes, no que resultou na construção de monumentos como a Torre Eiffel e o Grand Palais. Dilma argumentou que a cidade mantém uma série de parcerias com a cidade do Rio de Janeiro, nas áreas de transportes, desenvolvimento sustentável, habitação social e urbanismo, e disse esperar “que a ligação com São Paulo seja restabelecida”.
A primeira visita de Estado de Dilma à França se encerra nesta quarta-feira. Ela parte ainda hoje para a Rússia, onde fica até sexta-feira.
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