Sempre só...
Luz Negra - Cazuza
Os tucanos mais emplumados largaram de mão José Serra - entre eles, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente nacional do partido Sérgio Guerra e o senador Aécio Neves.
Nada a ver com os 16 pontos percentuais de vantagem de Fernando Haddad (PT) sobre Serra na disputa pela prefeitura de São Paulo, segundo pesquisa Ibope de intenção de votos divulgada ontem.
Tudo a ver com a renovada disposição de Serra de náo ouvir conselhos, de só fazer o que quer e de repetir erros graves.
A irritação de Fernando Henrque com Serra está na reportagem de Catia Seabra e Mario Cesar Carvalho publicada, hoje, na Folha de S. Paulo.
"Fernando Henrique Cardoso tem criticado duramente a campanha do tucano José Serra à prefeitura, especialmente o flerte do candidato com o que chama de setores conservadores", afirmam Catia e Mario.
O ex-presidente lamenta, por exemplo, a aliança de Serra com os opositores da cartilha anti-homofobia produzida na gestão de Fernando Haddad no Ministério da Educação.
E receia que Serra saia desta eleição "com o rótulo de conservador após a exploração de temas como o kit contra a homofobia e o aborto - questão que abordou na sua campanha à Presidência em 2010".
Aécio Neves deveria ter aparecido logo nos primeiros programas de propaganda eleitoral de Serra para afastar os rumores de que, se Serra vencesse a eleição, mesmo assim poderias largar a prefeitura para concorrer à presidência em 2014.
Serra não levou em conta a sugestão de Fernando Henrique.
Preocupado com o discurso de campanha de Serra, capaz de produzir estragos na imagem do PSDB, Sérgio Guerra, em entrevista coletiva, foi direto ao ponto. Ou melhor: a dois pontos.
Primeiro o mensalão, um dos temas da campanha de Serra.
- Há a afirmação de que o PSDB quer que o mensalão interfira na política. Não é o nosso objetivo. A marca do PSDB não é o mensalão, alguém pode dizer que é o Plano Real, o ajuste fiscal e até a privatização.
Segundo o kit gay.
- Em São Paulo, a campanha resvala para elementos que não são os mais relevantes. Se vai ter ou não kit-gay, se foi mamãe que fez ou vovó que assinou. Não é esse o problema. Se o Serra tiver que ser prefeito de São Paulo, ele será porque é o melhor candidato.
Logo no início da entrevista, Sérgio brincou com o secretário-geral Rodrigo de Castro (MG) sobre o assunto
— A gente tomou uma decisão; esse negócio de igreja, a gente não discute. Rodrigo não tem preconceito nenhum, né?! No estado dele, Minas Gerais, ninguém presta atenção a isso.
Ligado a Aécio Neves, principal rival de Serra na legenda, Rodrigo respondeu:
— De jeito nenhum. A gente convive muito bem com as diferenças.
José Gregori, ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso, acha que "a essa altura da vida, o velho Serra não mudou".
Nem mudará.
Blog do Noblat
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