Cli, Clê, Clô - Nara Leão
AS MIL FACES DO POEMA
O poema parece um avião de papel
Surfando na tarde ao sabor do vento
Depois que foi atirado ao céu
Pela mão do menino em suave movimento
O poema parece um barco de papel
Naufragando no esgoto à margem da rua
Depois de ter servido de chapéu
Ou de luneta para o menino observar a lua
(Climério Ferreira)
Climério sempre que olha para o céu
Ao olhar, resolve um teorema
É por isso que tudo o que põe no papel
Resulta em inspirado poema
Dizem que o papel tudo aceita
Sábias palavras e sandices sem conta
Mas o poeta Climério sempre encontra
Suporte adequado que, da mais sublime poesia, enfeita
(Joca Oeiras)
Nenhum comentário:
Postar um comentário