A morte da Enciclopédia Britânica
Francisco Frassales Cartaxo
No dia 13 deste mês foi anunciado o fim da versão impressa da Enciclopédia Britânica, a mais famosa do mundo. E talvez a mais antiga, pois a primeira edição saiu na Escócia em 1768. Já no século 20, mudou seu endereço para os Estados Unidos. A Britânica é um gigantesco repositório do conhecimento humano, chegando a ser apresentada em 32 volumes. A última fornada, de 12 mil exemplares, saiu em 2010. Ao saber da morte da Britânica me veio à lembrança um insignificante episódio da história administrativa e política da Paraíba. Vamos a ele então.

Pois bem, com esse respaldo, o competente engenheiro assumiu a Secretaria do Planejamento e Coordenação Geral do Estado. Logo que tomou pé no cargo, estranhou a pequenez do espaço físico da Secretaria. Um erro a ser contornado com urgência. A biblioteca pagou o pato. O dinâmico secretário ordenou de pronto à bibliotecária que se desfizesse de impressos velhos (livros, revistas técnicas, apostilhas, relatórios etc.) a partir de um determinado ano por ele fixado. A moça, coitada, quase teve um ataque cardíaco. Passado o choque, desmanchou em lágrimas sua sentida mágoa. Mas cumpriu a ordem do chefe que, apontando para as estantes, teria justificado mais ou menos assim o motivo de sua decisão:
- Não precisamos nada disso, basta recorrer à Enciclopédia Britânica. Está tudo lá, informações científicas, históricas, até como fazer projetos. Está tudo lá.

Anos depois, Tarcísio Burity, eleito governador por via direta em 1986, e eu, chefe de gabinete do superintendente da Sudene, rememoramos aquele episódio. Na ocasião, ele me falou de outro fato: um fantástico projeto de navegabilidade do Rio Paraíba. Aí então fui forçado a devolver à Serra da Borborema, meu criativo e impetuoso secretário. E ele não voltou de navio, me disse Tarcísio, com aquele seu jeito irônico...
Fonte - Sete Candeeiros Cajá
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