Almanaqueiras: ou não queiras.

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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

13 de Dezembro 1991 - Mércia Cunha nos deixava... para ficar ao lado de Deus

20 anos de ausência física de nossa amiga Mércia Cunha



 
Por ter conhecido Mércia, na minha adolescência, por ser muito amiga de minha mãe Clizelite Pinheiro de Assis, também de saudosa memória, gostaria de registrar, a exemplo de seu filho Meilson Cunha, os vinte anos de ausência física, completados neste último dia 13 de dezembro de 2011, da inesquecível Mércia Cunha.

Mercia , esposa de Wilsão (também meu querido amigo e amigo de meu pai) como já falei e repito, era grande AMIGA de minha mãe. Essa mulher bela, simpática, inteligente nos deixou precocemente em 1991. Já se vão vinte anos passados, que, para Meilson e também para nós.....parece que foi ontem.

Saiba, Meilson e família, plagiando nosso poeta maior, temos fortes razões para sentir muita saudade de nossa querida amiga Mércia, notadamente pela sua precoce ausência.
 
(bira de Assis -Diretor de Cultura da AC2B )



Aqui, no Blog da AC2B, reproduzimos a publicação dos Sete Candeeiros do Cajá, e homenageamos nossa querida amiga Mércia Cunha, como fez Meilson , com uma poesia de Carlos Drummond de Andrade:


 

 
Tenho razão de sentir saudade,

tenho razão de te acusar.

Houve um pacto implícito que rompeste

e sem te despedires foste embora.

Detonaste o pacto.

Detonaste a vida geral, a comum aquiescência

de viver e explorar os rumos de obscuridade

sem prazo sem consulta sem provocação

até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.

 
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.

Que poderias ter feito de mais grave

do que o ato sem continuação, o ato em si,

o ato que não ousamos nem sabemos ousar

porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,

de nossa convivência em falas camaradas,

simples apertar de mãos, nem isso, voz

modulando sílabas conhecidas e banais

que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.

Sim, acuso-te porque fizeste

o não previsto nas leis da amizade e da natureza

nem nos deixaste sequer o direito de indagar

porque o fizeste, porque te foste



Carlos Drummond de Andrade

Fonte - Com informações dos 7 CandeeirosCajá- bira-AC2B.

2 comentários:

  1. Grato pela lembrança Bira. Lembro muito bem da amizade bonita entre seus pais e os meus.

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  2. Velho Bira, muito obrigado pela lembrança. Pode ter certeza meu caro, a emoção é enorme..... mesmo depois de vinte anos. Um grande abraço.

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