Almanaqueiras: ou não queiras.

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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Dinhêro recuído


De José Cavalcanti, 1918-1994, escritor piranhense, e ex-prefeito de Patos-PB.

“Na agência do Banco do Brasil, de Patos, da qual o meu irmão Assis Cavalcante era chefe de caixa, numa tarde, já no fim do expediente, entrou um matuto de Teixeira com um pacote debaixo do braço, e foi direto ao guichê:
- Boas tarde, seu moço!
- Boa tarde!
Nisso, ele olhou para um lado e para o outro, e continuou:
- Moço, inté que eu quero falá um negoço muito reservado com o sinhô...
- Diga. Aqui, agora mesmo, só estamos nós dois.
- Eu queria... Eu queria...
- Queria o quê? Pode dizer.
- Queria que o sinhô me dissesse se é aqui que recebe dinhêro recuído?
- É, sim. É aqui na Agência do Banco do Brasil.
E, mais uma vez, olhando primeiro para os lados, quase cochichando, arriscou:
- E... farso tombém?...”

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