Almanaqueiras: ou não queiras.

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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Barberagem

Foto ilustrativa


De José Cavalcanti, 1918-1994, escritor piranhense, e ex-prefeito de Patos-PB.

“Certa vez, em Cajazeiras, quando o barbeiro Zezé ainda era vivo, entrou um sujeito no salão dele, bem vestido, puxando um menino pelo braço, deu bom dia, sentou-se e recomendou:
- Cabelo, barba, massagem, manicure e perfume se for estrangeiro!
Atendido, levantou-se, pôs o menino na cadeira e disse:
- Agora, o senhor fique cortando o cabelo dele, que vou ali e volto já.
Concluído o corte do cabelo do garoto, Zezé, delicadamente, recomendou:
- Sente-se aqui, olhando esta revista, enquanto seu pai chega.
E o menino:
- Ele não é meu pai, não.
- Seu tio, seu padrinho, seu irmão, o que for...
- Nada disso!
- Nada disso, o que, menino?!
- É que aquele homem não é nada meu. Eu só vim porque ele me chamou ali fora: “ei, garoto, vamos cortar o cabelo de graça!”

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